''Bando de ladrão'', escreveu traficante sobre desvio de cocaína por policiais

Foto: Divulgação/Polícia

Por Folha de Pernambuco

O desvio de mais da metade de uma carga de 500 kg de cocaína apreendida por agentes da 25ª DP (Engenho Novo), em 15 de dezembro de 2020, deu origem a duas operações da Polícia Federal que investigam o envolvimento de agentes da Polícia Civil e de um delegado no tráfico de drogas: a Turfe e a Déjà Vu.

Em mensagens, divulgadas pelo RJTV, o traficante Leonardo Serro dos Santos, conhecido como Jonny, que seria o dono do material, reclama do desvio da droga pelos policiais: “Roubaram 280. Bando de ladrão. Mas eles não sabem com quem estão brincando”, escreveu a um comparsa.

Na ocorrência, policiais pararam um caminhão na Avenida Brasil, próximo à comunidade da Nova Holanda, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. A polícia informou que 203 tabletes de cocaína, equivalentes a 220 kg, estavam escondidos em sete malas. A carga soma R$ 6 milhões.

Toda a ação foi comemorada pela Polícia Civil e divulgada pela delegacia. Na ocasião, o motorista do veículo, Cláudio Luiz Cancissu Maia, de 48 anos, foi preso em flagrante e autuado por tráfico de drogas e associação por tráfico. O delegado titular da 25ª DP, Renato dos Santos Miranda, um dos alvos da PF suspeito de envolvimento no esquema, afirmou no dia da apreensão que a cocaína seria vendida pela maior facção criminosa do Rio.

Mas todo o esquema, que, até então parecia seguir conforme o planejado pela organização criminosa, foi desmembrado pela investigação da PF que fazia o monitoramento da droga. De acordo com a investigação, os policiais apresentaram somente sete malas contendo 220 kg de cocaína, enquanto dez malas do entorpecente foram desviados, cerca de 280 kg. A partir deste momento, as duas operações foram desencadeadas.