Do G1 Mundo

Foto: Evan Vucci/AP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o julgamento do segundo impeachment do seu antecessor, Donald Trump, “tem que acontecer”.

“Eu acho que tem de acontecer”, afirmou Biden durante uma breve entrevista à rede de televisão CNN nos corredores da Ala Oeste da Casa Branca.

O presidente americano reconheceu que o julgamento no Senado pode afetar a aprovação dos dos membros do seu gabinete e das suas propostas no Congresso, mas afirmou que haveria “um efeito pior se isso [o julgamento] não acontecesse”.

A declaração foi dada na segunda-feira (25), no dia em que a Câmara encaminhou o processo ao Senado. O impedimento foi aprovado pelos deputados no dia 13, uma semana antes de Trump deixar o cargo, por ter incitado a violência que resultou na invasão ao Capitólio no dia 6.

Trump continuou no cargo porque, diferentemente do Brasil, o presidente dos EUA não é afastado quando o processo de impeachment é aprovado na Câmara. A remoção ocorre só de forma definitiva, se o processo for aprovado no Senado.

No país, o impeachment precisa de maioria simples para ser aprovado na Câmara (218 votos dos 435 deputados) e de dois terços no Senado (67 votos).

Como os democratas e os independentes ocupam 50 cadeiras no Senado, Trump só será condenado se 17 republicanos votarem contra ele.

Biden, que foi senador por Delaware por 36 anos, disse não acreditar que tantos republicanos farão isso — “O Senado mudou desde que eu estava lá, mas não mudou muito” —, mas ponderou que o resultado seria diferente se Trump tivesse mais seis meses de mandato.

Dois impeachments

Trump é o único presidente americano da história a sofrer dois impeachments na Câmara. No primeiro processo, sua condenação foi por obstrução ao Congresso e abuso de poder. Mas foi absolvido no Senado.

Na ocasião, nenhum deputado e só um senador de seu partido votou pela sua condenação. No segundo processo, dez deputados republicanos votaram contra o então presidente e quatro se abstiveram.

Nunca um presidente americano teve o impeachment aprovado no Senado.

Antes de Trump, Andrew Johnson e Bill Clinton também tiveram processos de impeachment aprovados pela Câmara, mas depois foram absolvidos pelos senadores. Já Richard Nixon renunciou antes de o processo ser votado na Câmara.