Fotos: Farol de Notícias/Celso Garcia

Publicado às 10h desta sexta-feira (14)

Com a possibilidade dos pagamentos digitais com o surgimento do Pix, grandes empresas e até mesmo microempreendedores de Serra Talhada já estão aderindo à modernidade. Atualmente, o consumidor consegue pagar contas tanto via cartão, link de pagamento e com Pix, que também já se popularizou na Capital do Xaxado. Entretanto, os proprietários de algumas mercearias mais antigas ainda não aderiram à modernidade por acreditarem que não compensa ou por não confiar no sistema, como o caso do Enoque Pereira. dono de uma das mercearias mais antigas da cidade com 53 anos de resistência.

”Enoque ainda não aderiu essa questão de Pix e cartão. Com o Pix, ele fica nervoso com tanta quadrilha do Pix que ele fica assustado, não quer nem saber de Pix. Ele está resistindo bastante e a gente já perdeu de fazer muitas vendas porque às vezes as pessoas querem pagar uma compra de R$ 1 real, R$ 0,50 centavos no Pix ou no cartão. Com o tempo, pode ser que essa resistência dele vá diminuindo. Aqui vendemos à vista e no famoso papelzinho. Uns compram e vão embora, outros são honestos, pagam direitinho, graças a Deus e assim vamos vivendo no pinga-pinga”, revelou Elenice Bezerra da Silva, 64 anos, esposa de Sr. Enoque, em conversa com o Farol.

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A empreendedora Maria Alzeneide, 53 anos, viúva do Sr. Romão, proprietário de uma das mercearias mais conhecidas no Alto da Conceição que resiste há mais de 45 anos, também não aderiu às formas de pagamento digitais devido a pouca mercadoria que comercializa, a baixa nas vendas desde do falecimento do esposo há 5 anos e as dificuldades que enfrentam para manter a bodega. Mantém apenas o pagamento à vista, sem pretensão de aderir ao Pix ou cartão.

”Só vendo a vista mesmo porque minhas coisinhas são poucas. Só ainda colocamos porque a gente também come e vende alguma coisa, mas vendemos pouco. Por isso, que só vendo à vista e anotado só para algum vizinho. As pessoas já perguntaram se passava cartão e tinha pix, mas eu não quero porque além das coisas, serem poucas e não compensar, eu não tenho celular digital. O pouco que vou vendendo já compro uma besteirinha para ir repondo porque não tenho dinheiro para comprar muito de uma vez. A gente só mantém porque não temos outro meio, mas daqui não dar para tirar as despesas porque depois que ele faleceu as vendas diminuíram muito e ficamos apenas com essas coisinhas para sobreviver, então temos que lutar para manter”, justificou Maria Alzeneide.

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ADERIU A MODERNIDADE

Durante as visitas do Farol às três mercearias de Serra Talhada, a do Sr. Enoque com mais de 5o anos, a de Romão com mais de 4o, e a de Rildo Cordeiro com mais de 30 anos, a reportagem constatou que apenas a de Rildo, ‘mais nova’ está aberta a aderir aos pagamentos digitais, inclusive, já usou Pix e está se programando para cadastrar um exclusivo para a bodega e também colocar maquineta para vender no cartão. Mesmo afirmando que vai aderir, ele alertou sobre as fraudes com Pix cadastrado com CPFs, algo não recomendado.

”Aqui a gente já recebia pelo Pix, só não no cartão, mas meu filho foi viajar e parei porque ele é quem estava recebendo, ele tem Pix, então por enquanto o Pix está parado. Eu já tenho conta, mas vou abrir uma conta e vou fazer o meu Pix só para trabalhar com esse negócio. Estou aguardando ele chegar para a gente fazer e colocar cartão também. Logo no começo, muita gente procurava e queria comprar no Pix e no cartão, mas o negócio é o seguinte: um rapaz chegou para comprar um cigarro e queria comprar no Pix, tem condições? Um cigarro é R$ 0,25 centavos. Quem cadastra seu CPF, não compensa você passar para um cara por R$ 0,25, centavos. O problema do Pix é cadastrar seu CPF e identidade”, explicou.

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