Publicado às 05h26 desta sexta-feira (21)

Por Paulo César Gomes, analista político e colunista do Farol

Jair Bolsonaro revelou recentemente mais um lado degradante e criminoso de sua personalidade, os seus fetiches contidos em falas de conteúdo pedófilo. O presidente sem escrúpulo adora falar mal do povo venezuelano, mas ao mesmo tempo, declarou ter “pintado um clima” ao ver menores venezuelanas de 14 e 15 anos de idade.

É revoltante assistir a passividade de vários pais de família ao verem a forma como o Presidente da República tratou as meninas, que poderiam inclusive ser filha dele. O silêncio de alguns faz com que pedófilos e estupradores surjam em cada canto do Brasil, tendo agora um líder que externa palavras nitidamente criminosas, sem que haja nenhuma punição. Bolsonaro não representa a minha família, nem tão pouco o meu sentimento de cristão.

Bolsonaro é o pai, o avô e o tetravô da mentira. E não para por aí. Ele rei da rachadinha, um genocida, amigo de miliciano (assassinos de aluguel), racista, homofônico, misógino, destruidor da floresta amazônica, adora ridicularizar os nordestinos, inimigo da educação e da cultura. Ele é uma síntese do que podemos definir como um ‘neofascista’ e que também assume que já “pintou um clima” ao encontrar menores de idade.

Na outra ponta do campo está uma campanha de Lula fria em Serra Talhada e em todo o estado de Pernambuco, e que muitas vezes parece não ter emoção e vibração. Lula é de fato muito querido, mas a campanha não conseguiu transmitir a emoção necessária para o momento, diferente de 1989 e 2002, talvez porque o bolsonarismo esteja conseguindo pautar o debate nacional e jogando a disputa eleitoral para a sua zona de conforto.

É verdade que a campanha de Lula cresceu muito nas redes sociais, mas peca por não está tomando as ruas, praças, bairros, zona rural, em todos os espaços públicos do país. Para concretizar a vitória é preciso estar nas portas das fábricas, das universidades, das escolas, dos bancos, nas paradas dos ônibus, nas feiras livres. Só com muita mobilização e a busca do convencimento será possível derrotar o bolsonarismo e o neofascismo no Brasil.