Do JC Online

Próximo de completar 100 dias no cargo de Presidente da República, o primeiro trimestre do governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) termina com a pior avaliação desde a redemocratização, segundo o Datafolha.

De acordo com a pesquisa divulgada neste domingo (7), as opiniões sobre o mandato ficaram da seguinte forma: 32% consideram o governo ótimo ou bom; 33% consideram regular; 30% consideram ruim ou péssimo.

Fernando Collor, então no PRN, era reprovado por 19% dos seus eleitores em 1990, enquanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) registrou 16% no índice negativo em 1995. Para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a avaliação negativa ficou em 10%, enquanto para Dilma Rousseff (PT) foi considerada ruim ou péssima por 7% da população nos três primeiros meses de governo.

No Nordeste, única região em que perdeu nas eleições, foi registrado o maior índice de reprovação ao mandato de Bolsonaro até então, com 39% marcando ruim/péssimo e 24% considerando ótimo/bom. Já no Sul, onde ganhou com folga do então concorrente Fernando Haddad (PT) na disputa pelo cargo, a aprovação é a maior entre todas as regiões, ficando em 39%, contra 22% de desaprovação.

O instituto ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Por grupos sociais

Entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos e os que têm curso superior, as opiniões se mostraram mais polarizadas. Por um lado, 37% e 35%, respectivamente, avaliaram a gestão como ruim ou péssima, enquanto 41% da parcela da população de renda mais alta e 36% dos mais escolarizados definiram como ótima ou boa.

No grupo dos mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, apenas 26% aprova como ótima ou boa a gestão, o menor índice entre todos os grupos. Entre os negros e pardos, a aprovação também é baixa, com apenas 29%. Já entre os brancos a avaliação positiva sobe para 39%.

O eleitorado evangélico segue mais entusiasmado com o presidente, e 42% das pessoas entrevistas consideram o governo bom ou ótimo, enquanto entre os católicos o índice cai para 27%.

Expectativas

A aprovação de Bolsonaro é maior entre homens (38%), do que entre as mulheres (28%). Apesar do índice abaixo da média, 59% dos entrevistados ainda acreditam que Jair Bolsonaro fará uma gestão ótima ou boa de modo geral, enquanto 23% aposta em um governo regular e 16% em uma gestão ruim ou péssima. Antes da posse, as expectativas eram mais positivas, e ficaram em 65%, 17% e 12%, respectivamente.

Para 61% dos ouvidos pelo Datafolha, Bolsonaro fez menos do que o esperado no exercício do cargo, 23% avaliam que ele fez o que era esperado e 13% consideram que ele fez mais. Entre os descontentes, predominam pessoas de renda menor e menos escolarizadas.

Comportamento

Questionados sobre o posicionamento do presidente, 27% disseram achar que ele na maioria das vezes se posiciona de forma adequada, mas às vezes não. Entre os que avaliaram negativamente, 20% pensam que Bolsonaro é inadequado na maioria das vezes e 23% dizem que ele nunca se comporta como o cargo exige.

Vice

A pesquisa do Datafolha indica ainda que, entre os que admitem ter votado em Haddad, a avaliação do vice-presidente Hamilton Mourão é melhor que a de Jair Bolsonaro. Nesse grupo, o presidente é apontado como bom por 7%, regular por 28% e como péssimo para 63%. Já o general alcança 15%, 36% e 33%, respectivamente.