DILMA E O PRESIDENTE DO SANTANDER
DILMA E O PRESIDENTE DO SANTANDER

O jornal espanhol “El País” repercutiu neste sábado (26) o mal-estar gerado entre o banco Santander e o governo brasileiro com carta enviada pela instituição a correntistas, junto ao extrato do mês de julho, sugerindo que o crescimento da presidente Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas eleitorais poderia acarretar na piora da economia brasileira. A reportagem entitulada de “A saia justa do banco Santander” afirma que a iniciativa “caiu como uma bomba no Planalto”, ressaltando a estreita relação de Dilma com o presidente mundial do Santander, Emílio Botín. A publicação lembra que “hoje, o Brasil representa um quinto do lucro do grupo”.

Por conta disso, a vinda de Botín ao país, esperada esta semana para evento promovido pelo banco sobre educação, também estaria ameaçada. A publicação lembra que “desde que a presidenta Dilma Rousseff assumiu o poder, em 2011, o presidente mundial do Santander, Emílio Botín, esteve pelo menos quatro vezes no país. E nas quatro ocasiões, foi recebido pela presidenta no Palácio do Planalto, quando Botín fazia questão de tornar públicas suas mensagens de otimismo com o país”.

No entanto, lembra que, após a euforia da cúpula do Santander com a compra do Banespa, o banco “tem sentido as dores de uma economia mais difícil”, e que, no ano passado ele “teve uma queda de quase 10% do lucro, em relação a 2012”. “Foram 5,7 bilhões de reais. No primeiro trimestre deste ano, uma nova queda da lucratividade: 14,92% menos que no primeiro trimestre de 2013, para um total de 518,4 milhões de reais”, lembra a publicação.O cenário de insatisfação com os resultados teria já sido evidenciado por Francisco Luzón, que foi vice-presidente do Santander para a América Latina, durante o Fórum Desenvolvimento, Inovação e Integração Regional, promovido pelo “El País” no mês passado, em Porto Alegre, quando ele afirmara que “atualmente há investimento de menos, incertezas demais e crescimento baixo”.

( O Globo )