Foto: Staff Images / CBF

Por Folha de Pernambuco

No futebol, os termos para simbolizar o enfrentamento entre as equipes só tem valor quando é no sentido figurativo. “Batalha”, “briga”, “adversário”, “dar o sangue”. Nesta terça (21) no Maracanã, algumas palavras ganharam vida de maneira literal, infelizmente. Tudo o que um clássico do tamanho de Brasil e Argentina não merecia.

Muita confusão nas arquibancadas antes de a bola rolar pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026, iniciadas com as vaias ao hino dos visitantes. Assentos foram arrancados do estádio. Os jogadores argentinos, irritados com a ação da polícia para conter os torcedores, chegaram a deixar o gramado, ameaçando não disputar a partida. Depois de alguns minutos, a bola finalmente rolou. E com um desfecho ruim para os brasileiros.

Com gol de Otamendi, os atuais campeões do mundo venceram por 1×0. A primeira derrota em casa na história da competição, terminando a rodada em sexto lugar, com sete pontos. No fim, gritos de “vergonha”. O que serve tanto para o que aconteceu dentro como fora das quatro linhas.

Ânimos exaltados também em campo

Brasil e Argentina, ao natural, já é um jogo nervoso. Depois do que rolou, a tensão foi potencializada. Muitas faltas, discussões, e cartões (todos de brasileiros). Intensidade alta, com muita correria, mas pouca inspiração. Os mandantes roubaram diversas bolas, mas não conseguiram uma finalização perigosa.

O melhor lance do primeiro tempo foi aos 43 minutos. Após escanteio, Martinez afastou mal a bola. Martinelli pegou o rebote e chutou. A bola tinha o endereço das redes, mas Romero tirou quase em cima da linha

Policial acusa argentina de racismo

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Um policial militar alegou que foi chamado de “macaco” por uma argentina. A mulher foi interrogada no Juizado Especial Criminal (Jecrim). O local estava com cerca de 20 pessoas detidas, entre participantes na briga e outros denunciados por cambismo.

“Percebemos que a organização do evento efetuou venda de ingressos por todo o estádio de maneira mista. Isso foi um dificultador muito grande para a segurança privada, que solicitou apoio da polícia militar. Tivemos de usar os meios necessários, com oito presos, estabilizando o tumulto por meio de um isolamento físico com os policiais. Toda ação corresponde a uma reação. Existe um histórico de torcidas que tem um enfrentamento maior com os órgãos de segurança. Acredito que a causa foi essa, com necessidade de utilizar o uso progressivo da força. Iniciamos com a verbalização e depois o bastão, sem uso de balas de borracha ou gás”, afirmou o Coronel Ferreira, do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios.

Voltando ao futebol, o Brasil seguiu em cima da Argentina. Gabriel Martinelli, após jogada individual de Jesus, novamente quase marcou – agora parando nas mãos de Martinez. O problema é que foram os visitantes que abriram o placar. Otamendi subiu alto após escanteio e acertou o ângulo de Alisson.

Diniz colocou o time para cima. Acionou a dupla palmeirense formada por Endrick e Raphael Veiga. Quem também entrou foi o pernambucano Joelinton, mas não terminou a partida após receber cartão vermelho. Com menos um, a reação não veio. Um dia que começou e terminou mal.

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Ficha técnica 

Brasil 0

Alisson; Emerson Royal, Marquinhos (Nino), Gabriel Magalhães (Joelinton) e Carlos Augusto; André e Bruno Guimarães (Douglas Luiz); Raphinha (Endrick), Rodrygo, Gabriel Jesus e Gabriel Martinelli (Raphael Veiga). Técnico: Fernando Diniz.

Argentina 1
Dibu Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Acuña (Tagliafico); Enzo Fernández (Paredes), Mac Allister, De Paul e Lo Celso (Nicolas Gonzalez); Messi (Di Maria) e Julián Álvarez (Lautaro Martinez). Técnico: Lionel Scaloni

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Local: Maracanã (Rio de Janeiro/Brasil)
Árbitro: Piedro Maza (CHI)
Assistentes: Claudio Urrutia e Miguel Rocha (ambos do Chile)
VAR: Juan Lara (CHI)
Gols: Otamendi (aos 17 do 2ºT)
Cartões amarelos: Gabriel Jesus, Raphinha, Carlos Augusto (B)
Público: 68.138 torcedores