Do Diario de Pernambuco
Os dados apontam que 81% das vítimas eram pessoas negras e, das 140, 135 eram travestis e mulheres transexuais e cinco homens trans e pessoas transmasculinas.
Em 2021, também foi registrada a morte da pessoa trans mais jovem em cinco anos de monitoramento: 13 anos. A vítima foi Keron Ravach, assassinada a pauladas no Ceará, no começo de 2021. Ela também foi a pessoa trans mais jovem a ser morta no mundo em 2021.
Além disso, houve um aumento nas tentativas de homicídio. Foram 79 casos, contra 77 em 2020. De acordo com o relatório, pelo menos 72% dos assassinatos envolveram requintes de crueldade como o uso excessivo de violência. Pelo menos quatro das vítimas, foram queimadas vivas e em 54% dos casos as vítimas receberam golpes, socos, facadas e/ou tiros no rosto/cabeça, seios e genital.
O relatório destaca que o Brasil não tem promovido políticas públicas para proteger essa população. “O Brasil não tem assumido a proteção de raça (etnia e grupo) em suas ações governamentais, campanhas e políticas públicas, mesmo comprometendo-se nas assembleias da ONU e junto a outros órgãos internacionais”, afirma. Como não há a contabilização oficial dos órgãos de segurança pública desses assassinatos, o dossiê faz a contabilização por informações coletadas em órgãos públicos, ONGs, reportagens e relatos de pessoas próximas das vítimas
De acordo com a ONG Transgender Europe, que faz o monitoramento mundial de casos, o Brasil continua como o país que mais mata pessoas trans do mundo, pelo 13° ano consecutivo.
De acordo com a ONG, a cada 10 assassinatos de pessoas trans, quatro ocorrem no Brasil. No monitoramento de 2021, a ONG registrou 125 assassinatos no Brasil até setembro, 65 no México e 53 nos Estados Unidos, países que aparecem na sequência.