Burnout pode modificar e enfraquecer o cérebro
Teletrabalho, home office ou trabalho remoto.

Do Site Metrópolis

Nos últimos dois anos, trabalhadores foram submetidos a um elevado nível de estresse. Muitos foram obrigados a estenderem sua jornada de trabalho em casa para manter a produtividade que tinham presencialmente.

O excesso de atividades desequilibrou os limites entre a vida pessoal e profissional e fez muitas vítimas da síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento mental.

Os principais sintomas que apontam o surgimento da doença são falta de energia, alterações repentinas de humor e negatividade. Segundo os especialistas da Yale School of Medicine, permanecer nesse estado por muito tempo pode causar alterações na estrutura do cérebro e enfraquecê-lo, contribuindo com o aparecimento de doenças mentais e físicas.

Recentemente, os pesquisadores conseguiram capturar o que acontece com o cérebro de pacientes portadores da síndrome. De acordo com eles, um dos efeitos mais marcantes é o afinamento da massa cinzenta de uma área do cérebro chamada córtex pré-frontal, responsável pela formação de metas e implementação de planos. A região também é responsável por comportamentos, pensamentos e expressão da personalidade.

Ao enfraquecer essa área, o esgotamento pode afetar nossa capacidade de prestar atenção e reter memórias, dificultando o aprendizado de coisas novas e aumentando o risco de erros. O estresse crônico também pode aumentar a amígdala, parte do cérebro responsável por nossa resposta de “luta ou fuga” quando em perigo.

Amy Arnsten explica que, ao mesmo tempo que o córtex pré-frontal fica mais fraco e mais primitivo, os circuitos cerebrais que geram emoções como o medo ficam mais fortes. “Você começa a ver o mundo como prejudicial mesmo quando não é”, pontua a neurocientista.