Buscando perícia, família de ST denuncia maus tratosPublicado às 18h50 desta sexta (28)

Após viver uma verdadeira via crucis para conseguir aposentar o filho de 10 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), viajando mais de 330 km a serra-talhadense Maria do Socorro Lopes da Silva, de 47 anos, moradora da Cagep, agricultora e deficiente física passou por um grande constrangimento na última segunda-feira (24) no INSS de Petrolina, no Sertão do Vale do São Francisco.

Sim, estranhamente, ela foi obrigada pelo INSS de Serra Talhada a se deslocar daqui até Petrolina para fazer a perícia enfrentando um percurso de mais de 300 quilômetros,  mesmo sem muitas condições ao lado do filho. Ao tentar realizar a perícia do pequeno Renato Caio Lopes, a família sequer conseguiu entrar no prédio do INSS para obter informações sobre os exames, mesmo com a intervenção da Polícia Militar do local. Indignada, a mãe buscou a reportagem do Farol de Notícias para desabafar sobre o caso.

“O INSS de Serra Talhada nos encaminhou para realizar a perícia do meu filho em Petrolina, com toda dificuldade fretei um carro por R$ 850 com a ajuda das pessoas, saímos daqui às 2h da manhã e chagamos lá às 5h. Chegando lá os vigilantes não deixaram a gente entrar porque meu filho não tem identidade. Mostrei todos os documentos, exames, tudo que foi pedido no INSS daqui, estava com os meus documentos e mesmo meu filho menor de idade, não serviu de nada. Estava com meu filho de 10 anos e o de 16 anos, que ao ver o jeito que o vigilante estava agindo chamou a Polícia Militar”, detalhou a mãe, continuando:

“O policial conversou com eles, explicou e não teve jeito. Não deixaram a gente sequer entrar. Alegaram que só podia ser atendido se tivesse a identidade do menino. Esse debate ficou até umas 10h da manhã, o policial me orientou ir no Expresso Cidadão tirar a identidade lá. Fui muito bem tratada lá, pelo policial militar também, agora no INSS nos trataram que nem cachorros. Ficamos lá o dia todo sem comer, porque eu não tinha dinheiro para comprar almoço. Meus filhos com fome, aperreados e eu sem ter o que fazer. Consegui tirar a identidade, mas só chega daqui há 10 dias. Essa luta todinha para nada, e a gente precisa”.

DIFÍCIL SITUAÇÃO

Maria do Socorro desabafou a sua situação justificando a necessidade de buscar um direito que seu filho tem. É mãe de 5 filhos, e mora com quatro deles. A moradora disse que o caso irá para a Justiça através de um advogado que procurou para ajudar a resolver.

A sua renda atual provem de um benefício que recebe devido ama deficiência física que a impede de trabalhar, além de precisar ficar em casa cuidando de Renato Caio, que tem apresenta um grau severo de Autismo, toma remédios e fica nervoso na ausência da mãe.

“Renato foi diagnosticado com 8 anos, a professora dele na escola percebeu que ele tinha um comportamento diferente, encaminhou para o Conselho Tutelar e hoje ele é atendido no Caps Infantil, alguns remédios que ele precisa tomar nós conseguimos lá, mas tem outro que eu compro e é quase R$ 100, além da alimentação dele, que fica nervoso se não tiver o que ele gosta de comer e eu faço o possível para ter em casa. A minha renda é só um salário para pagar aluguel, água, luz e manter a casa”, afirmou.