A Câmara Municipal de Serra Talhada (CMST) realizou na manhã desta segunda-feira (27) uma sessão extraordinária que “pegou fogo” em plenário. O debate girou  em torno do projeto de lei complementar de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado pelo prefeito Carlos Evandro e que precisa ser aprovado até o final deste mês. A peça é preparatória para confecção do orçamento público de 2013.

O impasse teve ínicio após o vereador Gilson Pereira (PSD) apresentar uma emenda autorizando o prefeito que assumir em janeiro de 2013, remanejar em 20% o orçamento sem pedir autorização à Câmara Municipal. O contraponto partiu do petebista Zé Raimundo Filho, que acreditou ser incoerente dar essa “liberdade” para o gestor manusear o erário público como bem entender. Ele sugeriu limitar a autorização em apenas 5%. “O senhor passou três anos e meio nesta casa e nunca defendeu este patamar. Por que mudou de postura só agora?”, questionou Zé Raimundo,rebatendo o irmão do ex-prefeito Geni Pereir, recebendo o contraponto.”O senhor é quem mudou. Eu votei no remanejamento de 20% no ano passado”, replicou.

O petebista disse que ficou surpreso com a emenda apresentada por Pereira e justificou o remanejamento em até 5%. “Ninguém tem uma bola de cristal para saber quem será o futuro prefeito de Serra Talhada. Mas esta Câmara Municipal precisa ser respeitada. Esta é uma casa de representação e não de negociação”, reforçou Zé Raimundo.

O debate continuou acalorado e Gilson Pereira reforçou que sua atitude não tinha interesse eleitoreiro.”Estou usando o princípio da simetria. Conversei com o deputado Sebastião Oliveira sobre o assunto e ele disse que não estava preocupado, pois iria fazer um governo com transparência”, se desculpou Pereira. No final da sessão extraordinária, a emenda do vereador Zé Raimundo Filho foi aprovada e a de Gilson Pereira sequer foi à votação, uma vez que teria chegado fora de prazo ao olhos do plenário.