O Equador realizou o segundo turno das eleições presidenciais neste domingo (2). Uma hora antes do anúncio dos resultados preliminares, que lhe davam estreita margem de vantagem, o candidato governista Lenin Moreno anunciou a vitória. “Serei o presidente de todos os equatorianos”, disse. Em seguida, ele pediu ao concorrente, o ex-banqueiro Guillermo Lasso, que aceitasse a derrota.

No fim da noite, contudo, sem que a apuração das urnas tivesse terminado, Lasso anunciou que pediria nesta segunda-feira (3) a impugnação de todos os votos e uma segunda contagem. Ele alega ter provas de fraude e pediu aos seus simpatizantes que façam uma vigília, para “evitar que se instale um governo ilegítimo no Equador”.

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Enquanto partidários de Lasso convocavam uma “paralisação geral cívica”, o presidente Rafael Correa comemorava a vitória de seu candidato. “A revolução voltou a triunfar no Equador. A direita derrotada, apesar de seus milhões e sua imprensa”, escreveu Correa no Twitter.

Com 95.64% das urnas apuradas, Moreno teve 51.11% dos votos e Lasso 48.89 %

Tensão

Mal terminou a votação, milhares de partidários de Moreno e Lasso foram até a porta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para esperar os resultados. Pela primeira vez, em uma década, foi necessário o segundo turno para definir quem presidirá o Equador.

Durante uma década, o cargo tem sido ocupado pelo economista Rafael Correa, que em maio conclui seu terceiro e ultimo mandato consecutivo.

A votação deste domingo, assim como a do primeiro turno em fevereiro, foi acirrada. Na reta final, a campanha foi marcada pela troca de acusações e a polarização. O administrador cadeirante Moreno prometeu continuar a “Revolução Cidadã” e ampliar os planos sociais de Correa, de quem foi vice-presidente. O ex-banqueiro conservador Lasso se postulou como o candidato da mudança e propôs reduzir impostos.

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As últimas pesquisas de opinião, publicadas antes da eleição, previam “empate técnico” – por isso foi feito um chamado à população para esperar os resultados oficiais.

O primeiro boletim do CNE estava previsto para as 20h (22h em Brasília). Mas Moreno se antecipou, depois que o instituto Cedatos publicou uma pesquisa de boca de urna dando a vitória, com 53.02% dos votos, ao candidato opositor. Ele acusou Lasso de manipular os dados, para instalar a suspeita de fraude, e ao anunciar a própria vitória, fez um discurso sobre o seu programa de governo.

Lasso, que também havia comemorado a vitória mais cedo, não aceitou a derrota, citando três pesquisas de boca de urna que asseguravam a vitória. O oposicionista acrescentou que tem provas de irregularidades em algumas urnas e pediu aos seus simpatizantes que virassem a noite, para acompanhar a contagem de votos até o fim. Ele disse que telefonou para o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, para informar sobre a situação.

Do Jornal Brasil