Nepoziano de Souza (de chapéu) posou ao lado de Francisco da Silva após entrega. Foto: Arquivo Pessoal enviado ao Farol.

O drama passado pelo mecânico e mototaxista serra-talhadense Francisco Wildyrom de Lima Silva, de 36 anos, teve um final feliz nesta terça-feira (9). O rapaz perdeu uma quantia no valor R$ 10 mil enquanto ia pagar uma conta [relembre aqui].

“Eu saí de casa com o dinheiro no bolso, em uma sacola preta. Quando eu cheguei na Travessa Sete, vindo da Rua S, eu senti o dinheiro subindo do meu bolso. Peguei e deixei no meu braço. Quando eu cheguei logo após o Cristo, no Lava Jato da Lagoa eu senti a sacola aberta e sem o dinheiro”, relembrou o mecânico, completando:

“Caiu somente o dinheiro, a sacola se abriu e caiu o dinheiro em um bolo só. Os R$ 10 mil todo amarrado em duas ligas. Voltei procurando, mas não achei. Eu peço que se alguém achou e me devolver eu vou dar uma boa recompensa”.

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CARROCEIRO ENCONTROU E DEVOLVEU O DINHEIRO

Para a sorte de Francisco, no mesmo dia em que perdeu os R$ 1o mil, o carroceiro Nepoziano Manoel de Souza, 42 anos, passou pelo exato local onde Francisco tinha perdido a quantia. O trabalhador, que mora no bairro Bom Jesus,  conta que guardou o dinheiro em sua casa até aparecer o verdadeiro dono.

“Quando foi hoje de manhã, eu vi o pai dele. Eu não conhecia o dono do dinheiro. Conheço o pai dele, que disse que o filho tinha perdido esse dinheiro, estava muito aperreado. Nem dormindo estava por causa desse dinheiro. Ele disse: ‘nós botamos nos grupos para quem achar entregar. Mas já tá perdido’. Eu disse que não estava perdido. Ele disse: ‘Ninguém entrega esse dinheiro’. Eu disse: o dinheiro está lá em casa”, contou o homem

Nepoziano contou que o pai do mecânico ao saber que o dinheiro tinha sido encontrado, suspirou aliviado. O carroceiro então foi até a casa de Francisco e entregou a quantia nas mãos dele.

“Ele ficou muito alegre e com razão. Eu só quero o que é meu. Se o ‘caba’ gastar o que é dos outros, o  que pode acontecer mais na frente? A pessoa pode ter um prejuízo e ficar sem saber de onde veio, mas eu só quero o que é meu. O dos outros é dos outros, não me serve não”, finalizou o carroceiro.

CARROCEIRO RECEBEU RECOMPENSA

Francisco Wildyrom disse que ainda está sem acreditar que conseguiu recuperar o dinheiro perdido. “Muito gratificante! É a certeza de que Deus existe. Eu não tenho nem como expressar minha alegria. Ainda sem acreditar” comemorou o mecânico.

Nepoziano contou a reportagem que Francisco lhe pagou uma recompensa e que mesmo passando dificuldades ele não gastaria um dinheiro que não é dele, pois sua consciência não permitira isto.

“Essa recompensa que ele me deu vai me servir mais do que os R$ 10 mil. Esse [dinheiro] que ele me deu, eu posso gastar satisfeito, sabendo que é meu, que ele me deu com a mão dele”, explicou o trabalhador.