aurelianoUma das características do secretário de saúde de Serra Talhada, Luiz Aureliano, é não deixar provocação sem resposta. Nessa terça-feira (20), ele mostrou irritação com as declarações da pediatra Viedja Nogueira e do gestor da XI Gerência Regional de Saúde (Geres), que afirmaram, durante entrevista ao FAROL, na semana passada, que a superlotação do Hospital Regional Agamenom Magalhães (Hospam) era decorrente da falta de ação da Prefeitura nas unidades básicas de saúde.

“Essas informações não procedem, Doutor Clóvis é sócio do hospital São Vicente, o grupo São Vicente está há 16 anos dominando a saúde pública de Serra Talhada, a saúde pública de Serra Talhada está há 16 anos a serviço do Grupo São Vicente. Então, compare a São Vicente com os outros hospitais, só quem cresceu em Serra Talhada foi a São Vicente. O Hospam está a serviço do São Vicente e o doutor Clóvis toma conta dos dois, essa é a questão que precisa ser resolvida em Serra Talhada”, disparou Luiz Aureliano, colocando em suspeita a condição do médico “Clovinho” como gestor da XI Geres. Na opinião do secretário, os problemas no Hospam são mais complexos.

“Enquanto o Estado não dobrar a quantidade de leitos lá (no Hospam)  a gente não vai resolver essa questão e dobrar o número de profissionais de plantão. Tudo isso eu já disse ao secretário de saúde do Estado, agora, é muito mais fácil apontar o dedo para o município. Eu tenho os indicadores, eu tenho os números. No último quadrimestre do ano passado eu realizei 362 cirurgias pago pelo município no Hospital São Francisco, enquanto o Hospam não fez nem 250 cirurgias no mesmo período. Infelizmente o Hospam não cumpre com seu papel”, apontou.

FALTA DE ÉTICA

Ainda segundo o secretário de Saúde, o município investe hoje cerca de 20% do seu orçamento em saúde quando a obrigação é 15%. Segundo ele, o Governo do Estado é quem não cumpre com o seu dever constitucional.

“Infelizmente, o nosso parceiro Estadual não cumpre com sua obrigação. Só para você ter uma ideia, o Estado manda para a gente por mês R$ 12 mil para as nossas equipes de PSF, isso dá R$ 500 por mês para cada equipe, não dá nem para pagar a dipirona que a gente utiliza. Desde 2013 que o LAFEPE não manda um comprimido de nada pra gente. Tudo fica nas costas do município, comprando sozinho. Isso é que precisa ser resolvido”, disse Aureliano, voltando as críticas ao médico Clóvis Carvalho.

“A gestão estadual está à serviço da São Vicente, que o Dr. Clóvis comanda os dois. Ele é o segundo principal sócio da São Vicente, depois de Inocêncio Oliveira. Ele é quem manda, todo mundo sabe disso aí. E Inocêncio Oliveira é o segundo sócio dele. Se ele (Clovinho) disser que não é sócio, ele não está dizendo a verdade; porque o que sei é que, se não está no nome dele, está no nome da mulher dele, mas quem manda é ele. Então Clóvis Carvalho não pode ser o gestor público da XI GERES e sócio de um grupo privado que presta serviços. Ele faz anestesia pela cooperativa lá no HOSPAM. É mais de R$ 400 cada anestesia que ele faz. Ele autoriza para si mesmo? Isso é legal? Tem que perguntar ao Ministério Público e à Justiça. Essas questões aí precisam ser vistas”, revelou Luiz Aureliano.