Publicado às 04h19 desta terça-feira (21)

O Centro de Referência em Assistência Social de Serra Talhada (Creas) notificou um aumento significativo de denúncias de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes na cidade.

Em entrevista ao Programa Frequência Democrática, da Rádio Vila Bela FM, nessa segunda-feira (20), as profissionais de Psicologia e Assistência Social responsáveis pelo equipamento mostraram dados que comprovam uma alta de 23% nos casos registrados entre 2017 e 2018.

A informação vem a público diante do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, refletido no último sábado (18). Estudantes, professores, psicólogos, profissionais da assistência social e representantes de demais entidades foram às ruas da capital do xaxado, na sexta-feira (17) para sensibilizar a população a cerca do problema.

“Em 2017, nós contabilizamos 13 casos no Creas e em 2018, 16 casos. Que dentro dos cálculos é um aumento de 23%. Então, mesmo esses números não parecerem tão significativos, a gente acredita que existem muito mais, porque como já foi dito aqui, os casos são sub-notificados. Como a maioria acontecem, mais de 70%, no âmbito da família, esses casos ficam velados, guardados, protegidos. Então, nós acreditamos que muito mais casos não são denunciados e não chegam até os órgãos de proteção”, explicou Marluce Ferreira, diretora do Creas.

Segundo Ferreira, a Delegacia de Polícia Civil também recebeu a denúncia de alguns desses casos, em 2018 foram prestados 14 Boletins de Ocorrência queixando os crimes de violência e exploração sexual.

DISQUE 100

O Disque 100 mostram que em 2018 foram registradas 17.093 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Destes,  13.418 casos são de abuso sexual, também há 3.675 denúncias de  exploração sexual. Este ano o governo federal registrou 4,7 mil registros.

Os números mostram que mais de 70% dos casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são praticados por pais, mães, padrastos ou outros parentes das vítimas. Em mais de 70% dos registros, a violência foi cometida na casa do abusador ou da vítima.