Do Diario de Pernambuco
Em uma coletiva de imprensa, Tedros Ghebreyesus enfatizou que a atual redução da mortalidade por Covid-19, desencadeada principalmente pelas vacinas, não é motivo para abandonar as medidas preventivas. “Essa pandemia não acabou, e precisamos que todos os líderes intensifiquem os esforços para aumentar a imunidade da população e trabalhar coletivamente para obter testes, tratamentos e vacinas para todos”, defendeu.
Segundo o diretor-geral da OMS, o “pior cenário” seria o surgimento de uma variante mais transmissível e mortal, o que pode ser facilitado pelas baixas taxas de imunização em alguns países. “O número crescente de casos destaca a volatilidade desse vírus. “As subvariantes estão gerando um grande aumento nos casos. Mas, pelo menos no momento, as hospitalizações e as mortes não estão aumentando tão rapidamente quanto nas ondas anteriores”, comparou.
A OMS segue estudando as novas cepas do vírus e, até o momento, nenhuma delas se mostrou mais perigosa do que as antecessoras. “BA.4 e BA.5 têm apenas uma ligeira vantagem de crescimento em relação à BA.2”, disse Maria Van Kerkhove, pesquisadora da OMS.
“Insustentável”
Tedros Ghebreyesus também criticou a política impulsionada pelo governo da China para conter a nova onda do vírus. “Quando falamos da estratégia ‘Covid zero’, isso é insustentável, considerando a evolução do vírus e nossas análises feitas em Genebra até agora”, justificou.
Apesar da insatisfação da população, o governo chinês mantém medidas severas, como confinamento após o registro de casos em algumas regiões. O país enfrenta a pior onda de Covid-19 desde a primavera de 2020. No último fim de semana, moradores de áreas isoladas protestaram batendo panelas das janelas de casa.
Diretor de Situações de Emergência da OMS, Michael Ryan avalia que, diante do aumento do número de mortes em fevereiro e em março, é esperado que o governo asiático reaja, mas que as medidas devem considerar os apelos da população. “É uma decisão da China em busca de proteção. Mas todas as suas ações, como nós repetimos desde o início, devem ser tomadas com respeito às pessoas e aos direitos humanos”, justificou.