Publicado às 06h25 deste sábado (19)

Em entrevista ao programa Frequência Democrata, nessa quarta-feira (15), a psicóloga Isaura França – CRAS Borborema relatou o aumento dos casos de tentativa de suicídio em Serra Talhada, durante a pandemia, e mostrou que é preciso alertar as pessoas para procurar ajuda com profissionais.

Ela relata também a preocupação com o jovens, pois a automutilação vem aumentando, sendo indicio para tentativa de suicídio.

“Nos atendimentos psicológicos, pelo menos na área que eu atuo, o sofrimento psicológico, devido ao isolamento e a situação de pandemia, alguns transtornos ficaram mais em evidência, como por exemplo transtorno de ansiedade, junto com a depressão. Além de outros transtornos mentais, a pessoa pode idealizar o suicídio, na verdade 4 entre 6 pessoas tentam suicídio”, disse Isaura, acrescentando a importância da automutilação e de ensinar a lidar com a perda”, disse, acrescentando:

”É importante também falar sobre automutilação, muito comum entre os jovens, é o que mais ando recendo no ambiente de trabalho, os jovens querem sanar uma dor psicológica usando a dor física e é considerado um fator de risco para o suicídio. E as pessoas não estão sabendo lidar com as frustrações, com diversas situações de perda. Um coisa que falta é a educação tanto em casa como na escola, de ensinar a perder, isso frustra muito os jovens e acaba acontecendo a automutilação. Nesses últimos 30 dias 4 jovens já tentaram suicídio e é muito preocupante.”

DEPRESSÃO

A psicóloga, ainda falou sobre a principal causa do suicídio, segundo a profissional, é a depressão, existem várias formas de se manifestar e muitas vezes é preciso tomar cuidado com os sinais.

“A depressão é uma das principais causas, sendo esse um dos motivos em que as pessoas comentem suicídio, cerca de 90% são devido a depressão. Eu costumo falar que a depressão não vem só na forma: ‘ah a pessoa tá trancada no quarto, chorando sem comer o dia inteiro’. Existem diversas faces dessa doença, a mais comum é a pessoa alegre por fora e sorridente, mas por dentro há um sofrimento psicológico muito grande que essas pessoas não falam por medo de serem julgadas, serem criticadas, não querem falar sobre morte e aí é justamente quando as pessoas comentem o suicídio. Elas não estão querendo morrer, elas estão querendo acabar o sofrimento.”