O Centro Tecnólogico do Pajeú, em Serra Talhada, entrou na contramão da história no quesito agilidade de gestão. Desde 2009 que dois laboratórios de química e biologia estão sem uso, servindo apenas como ambientes de decoração, prejudicando cerca de 600 estudantes da região.

O Governo do Estado licitou uma empreiteira que errou ao construir o prédio, que fica próximo à agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), na região central da cidade. De acordo com funcionários e alunos do CTP-Pajeú, para se ter uma ideia do mal planejamento, um laboratório de carnes e peles não pode ser instalado no centro de educação por que as máquinas não couberam nas salas.

O tema foi alvo de debates durante a sessão ordinária dessa segunda-feira (7), na Câmara de Vereadores. “É uma vergonha observar estas máquinas enferrujando. O Instituto Tecnológico de Pernambuco(ITEP), responsável pelo centro, tem que tomar providências”, disse o vereador Zé Pereira. Ele também comentou o fato do laboratório não ter sido instalado. “Afirmar que o prédio foi construído de forma inadequada é uma brincadeira”, reclamou  Pereira. O petista pretende enviar um documento ao governo protestando formalmente e exigindo providências urgentes para evitar  o sucateamento das máquinas.

Outro lado

O FAROL DE NOTÍCIAS conversou com Márcia Lira, Superintendente de Inovaçao Tecnólogica do ITEP, que responde interinamente pelo órgão. Segundo ela, um dos motivos do não funcionamento dos laboratórios de Química e Biologia é a falta de profissionais. “Estamos com uma pessoa do Recife dando apoio aos quatro centros tecnológicos do Estado. Mas as providências estão sendo tomadas. Acredito que até o final do ano tudo esteja funcionando”, disse Márcia, afirmando que a presença do Campus da UFRPE, em Serra Talhada, vai facilitar a contratação de mão de obra.

Quanto ao laboratório de carnes e peles o processo é mais complicado. Ela viajou à Brasília, na manhã desta terça-feira(8) para tentar a liberação de uma verba de R$ 30 milhões, junto ao BNDES, para ampliação e compra de equipamentos. “Neste montante há um planejamento para a construção de um local específico para o laboratório de carnes e peles. Até porque, não dá para funcionar junto com os outros, em função do odor e de ser insalubre”, admitiu.