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Foto: L. CALCADA
Por Diário de Pernambuco
Provavelmente, há muito mais exoplanetas semelhantes à Terra com água líquida do que se imagina. E essa possibilidade aumenta as chances de encontrar vida extraterrestre, afirmam os integrantes de um estudo apresentado, nesta segunda-feira (10), na conferência de geoquímica Goldschmidt em Lyon, na França. O trabalho, liderado por Lujendra Ojha, da Rutgers University, nos Estados Unidos, também mostra que, mesmo quando as condições não são ideais para que haja água líquida na superfície de um planeta, muitos têm características geológicas adequadas para a existência do recurso sob o solo.
“Sabemos que a presença de água líquida é essencial para a vida. Nosso trabalho mostra que essa água pode ser encontrada em lugares que não considerávamos muito possível. Isso aumenta significativamente as chances de encontrar ambientes onde a vida poderia, em teoria, se desenvolver “, afirmou Ojha, durante o lançamento do trabalho.
Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram os planetas encontrados ao redor do tipo mais comum de estrelas — os sóis chamados de anãs M. Essas são estrelas pequenas e muito mais frias do que o Sol e representam 70% das estrelas em nossa galáxia. A maioria dos exoplanetas rochosos e parecidos com a Terra encontrados até o momento orbitam anãs M.
“Modelamos a viabilidade de gerar e manter água líquida em exoplanetas que orbitam anãs M considerando apenas o calor gerado pelo próprio planeta. Descobrimos que, ao considerar a possibilidade de água líquida gerada pela radioatividade, é provável que uma porcentagem alta desses exoplanetas tenha calor suficiente para sustentar água líquida”, relatam os autores.
Conforme o ensaio, antes de se considerar a água subterrânea, estimava-se que, a cada 100 estrelas, um planeta rochoso teria o recurso líquido. O novo modelo mostra que, se as condições forem adequadas, isso pode chegar a um planeta para cada estrela. “Portanto, temos 100 vezes mais chances de encontrar água líquida do que pensávamos. Existem cerca de 100 bilhões de estrelas na Galáxia Via Láctea. Isso representa chances realmente boas para a origem da vida em outros lugares do universo”, disse Lujendra Ojha.