Foto: Nicolas Asfouri/AFP

Por Folha de Pernambuco

China acusa os Estados Unidos de se infiltrarem nos servidores da Huawei a partir de 2009, como parte de um amplo esforço para roubar dados que culminou em dezenas de milhares de ataques cibernéticos contra alvos chineses no ano passado.

Segundo o Ministério da Segurança do Estado da China, a unidade de Operações de Acesso Personalizado, afiliada à Agência de Segurança Nacional dos EUA, realizou os ataques cibernéticos em 2009 e depois monitorou os servidores. A informação foi divulgada pela sua conta oficial do ministério chinês no WeChat nesta quarta-feira.

Os ataques cibernéticos são um ponto de tensão entre Washington e Pequim, que acusa o seu rival de orquestrar ataques contra alvos chineses desde que Edward Snowden fez alegações explosivas sobre a espionagem dos EUA. Washington e pesquisadores de segurança cibernética disseram que o país asiático patrocinou ataques contra o Ocidente.

Disputa pela supremacia tecnológica
As acusações do ministério ocorrem enquanto os dois países lutam pela supremacia tecnológica. A Huawei, em particular, gerou alarme na Casa Branca desde que relevou no último dia 8 o Mate 60 Pro, smartphone equipado com um chip avançado fabricado pela Semiconductor Manufacturing International (SMIC), empresa também chinesa. Ambas estão na “lista negra” dos EUA.

Na visão do governo chinês, os EUA têm “ampliado demais” o conceito de segurança nacional com a sua repressão às empresas chinesas, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, a jornalistas numa conferência de imprensa regular em Pequim, na quarta-feira.

“O que queremos dizer aos EUA é que a supressão e a contenção da China não impedirão o desenvolvimento da China. Isso só nos tornará mais determinados no nosso desenvolvimento”, disse Mao.

Na terça-feira, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que ficou “chateada” quando a Huawei lançou o Mate 60 Pro durante sua visita à China no mês passado, mas observou que os EUA não têm evidências de que o país asiático possa fabricar os semicondutores avançados que alimentam o aparelho “em escala”.