Do Metrópoles

 

Cidades chinesas impuseram, nesta quarta-feira (23/11), novas restrições para conter o aumento dos casos de Covid-19 no país. A decisão recrudesceu as preocupações com o impacto de tais medidas na economia mundial, fortemente atrelada ao desempenho dos negócios no gigante asiático.

Hoje, segundo informações da Reuters, localidades que representam quase um quinto do PIB chinês estão sob alguma forma de bloqueio ou restrição, dentro da política de Covid-zero, adotada pelo país.

Ainda assim, as autoridades locais relataram a ocorrência de 28.883 novos casos da doença transmitidos domesticamente, na terça-feira (22/11). Por conta do avanço, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta quarta-feira (23/11) que a China aumente as taxas de imunização no país.

Em Pequim, shoppings e parques foram fechados. A cidade de Sanya, na ilha de Hainan, um polo turístico, proibiu o acesso a restaurantes e shoppings por prazo de três dias após a chegada dos visitantes. Xangai, com 25 milhões de habitantes, foi bloqueada por dois meses no início deste ano.

As restrições têm alimentado focos de agitações em indústrias – entre elas, a Foxconn, de Taiwan, a maior fornecedora de iPhones da Apple. Imagens veiculadas nesta quarta (23/11) em redes sociais mostraram funcionários da empresa derrubando barreiras, enquanto exigiam pagamento.

De acordo com analistas, embora a estratégia de Covid-zero tenha ganhado agilidade nos últimos meses, a combinação de variantes mais contagiosas e lacunas na vacinação levaram ao aumento dos bloqueios. Agora, observadores internacionais avaliam que uma redução expressiva dessas restrições é improvável antes de março ou abril.

A desaceleração na China, a segunda maior economia do globo, repercute em todo o mundo. De imediato, nos países da região. Nesse caso, a lista inclui o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, que exportam centenas de bilhões de dólares em produtos e commodities para o país vizinho.

Ela também afeta de forma pronunciada as demais economias do planeta. Cálculos sobre a demanda global de petróleo, por exemplo, estão sendo reduzidos, uma vez que a China é a maior importadora global do produto.

De acordo com dados divulgados ontem, terça (22/11), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que reúne as nações mais ricas do mundo, o crescimento da economia global deve diminuir de 3,1% neste ano para 2,2%, em 2023. Em 2024, a previsão é de uma taxa igualmente modesta, de 2,7%.