Do G1

A China registrou 76 novos casos confirmados de Covid-19 nesta segunda-feira (26), o maior número em apenas um dia desde janeiro, em meio a um surto na província de Jiangsu, no leste do país (responsável por 40 infectados).

O governo chinês tem adotado uma política de tolerância zero na pandemia: quando um surto é registrado, a população local é colocada em confinamento e testes em massa são realizados para rastrear todos os possíveis infectados.

Dezenas de milhares de pessoas estão confinadas em Nanquim, a capital de Jiangsu, e as autoridades ordenaram testes para os 9,2 milhões de habitantes da cidade após a descoberta de um surto vinculado ao aeroporto na semana passada.

“Dos 40 casos locais, 39 correspondem à província de Jiangsu e um a Liaoning”, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa em um comunicado, que indica que não foram registradas novas mortes.

O governo chinês diz ter registrado apenas dois óbitos por Covid-19 em 2021: um no dia 13 e outro no dia 25 de janeiro. Desde o início da pandemia, são 4.636 vítimas do vírus.

Já o recorde de novos casos deste ano também foi registrado em janeiro: 144 infectados nos dias 14 e 20. Desde a origem do novo coronavírus, em 2019, o país tem 92.605 casos confirmados.

Surtos nas fronteiras

 

Jiangsu fica a cerca de 300 km de Xangai. Liaoning, no nordeste do país, fica perto da fronteira com a Coreia do Norte e registrou cinco casos desde quinta-feira (22).

O governo chinês também se preocupa com um surto de contágios em Yunnan, no sudoeste do país, que tem ligação com a vizinha Mianmar (veja no mapa abaixo).

Militares birmaneses deram um golpe de estado em fevereiro e enfrentam grandes dificuldades para conter a Covid-19 do país.

Surtos de Covid na China

São 79 casos confirmados na província de Yunnan desde 20 de junho, e cerca de metade deles está vinculado a Mianmar.

A cidade de Ruili, na fronteira, tem usado um sistema de reconhecimento facial para monitorar os deslocamentos dos habitantes.

Vacinação avançada

 

Apesar de ser o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, China tem uma vacinação contra a Covid-19 extremamente avançada.

O país é o que mais aplicou imunizantes até o momento (1,55 bilhão), muito à frente do segundo e terceiro colocados (a Índia, com 435 milhões, e os EUA, com 341 milhões), e está bem também na vacinação proporcional.

São 107 doses a cada 100 habitantes na China, mais que o dobro da média mundial (49) e muito acima dos outros países dos Brics (o Brasil tem 62; a Rússia, 39; a Índia, 31; e a África do Sul, 10).

China ainda está atrás de alguns países que têm sido referência mundial na imunização, como Uruguai (134 doses a cada 100 habitantes), Chile (132), Israel (127) e Reino Unido (123), mas já passou inclusive os EUA (102).

Todos os dados da vacinação são do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford.

Origem da Covid

 

A China rejeita as suspeitas de que o novo coronavírus pode ter escapado de um de seus laboratórios, particularmente do Instituto de Virologia de Wuhan, cidade onde foram registrados os primeiros casos da doença, ainda em 2019.

Na semana passada, o governo chinês chamou de “arrogante” uma proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de auditar os laboratórios chineses, como parte de uma investigação mais ampla sobre as origens da pandemia de Covid-19.

O vice-ministro da Saúde do país, Zeng Yixin, declarou na quinta-feira (22) que a proposta era “desrespeitosa ao bom senso e arrogante para com a ciência”.