O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, respondeu nesta terça-feira (14) a cobrança pública feita pelo candidato a vice-presidente do PT, Fernando Haddad, e disser ser contra sua presença nos debates televisivos. Segundo ele, o candidato do partido é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não faz sentido que um substituto compareça ao confronto eleitoral.
Por essa lógica, segundo ele, Jair Bolsonaro, do PSL, poderia ser trocado pelo seu candidato a vice-presidente, o general Hamilton Mourão. “Eu acho que não [deve participar]. Quem é o candidato a presidente do PT? É o Lula. Por que o Haddad vai para os debates? Isso depende de mim? Então, o Bolsonaro pode mandar Mourão”, ressaltou.
Na segunda-feira (13), Haddad disse que seus adversários deveriam se manifestar a favor de sua participação e lembrou que defendeu, em 2016, a presença de Luiza Erundina (PSOL) nos debates a prefeito de São Paulo. “O PT é meu adversário”, disse Ciro. “O PT é fortemente responsável por esse momento que estamos vivendo. Não foi o PT que escolheu Michel Temer? O PT escolheu Michel Temer ou fui eu quem escolhi?”, acrescentou. O candidato participou nesta terça-feira (14) de seminário promovido por entidades de comércio e serviço com os principais presidenciáveis, em Brasília.
Imitação
No evento, Ciro acusou seus adversários de imitarem tudo o que ele tem proposto, como a redução da lista de devedores e mudança na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Tudo o que eu falo agora os meus adversários estão copiando. É uma coisa boa porque as boas ideias devem ser de todos, mas é muito chato na medida que você ainda não ganhou a eleição. O PT chegou a copiar frase e nome. Já não chega ter tido 13 anos para fazer e não ter feito”, afirmou.
Ele criticou ainda análise de especialistas e economistas, consultados pela Folha, de que a proposta de tirar o nome dos brasileiros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) é vaga. “Você acha mesmo que eu faria uma proposta que não tenha sido detalhadamente estudada? O problema é que meus adversários estão imitando tudo e eu quero que as pessoas discutam [as propostas]. A crítica para mim não é ruim, é bem-vinda”, disse. Segundo ele, diante de crítica, decidiu que, caso seja eleito, a medida só valerá para os brasileiros que estavam com o nome sujo até o dia 20 de julho, quando anunciou a iniciativa. “Essa crítica me chamou a atenção de que não deve valer para a frente para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito”, disse.
Prisão
Na apresentação, Ciro defendeu o combate à corrupção e classificou o presidencialismo de coalizão como uma “roubalheira” que torna o presidente um “testa de ferro”. Sobre o combate à violência, ele defendeu a federalização de crimes relacionados ao narcotráfico e a facções criminosas, “da origem da investigação até a segregação penitenciária”. “Todo o comando do Primeiro Comando da Capital (PCC) está nos presídios de São Paulo, porque fizeram acordo. Eu assumindo vai todo mundo para penitenciária federal, cela solitária e incomunicável”, disse.