Cirurgião plástico é investigado por complicações cirúrgicas em dez pacientes
Paciente teve problemas de cicatrização após passar por cirurgia plástica/Foto: Reprodução/RBST
Por Diário do Nordeste

Pelo menos 10 mulheres registraram boletins de ocorrências na Polícia Civil contra o cirurgião plástico Leandro Fuchs, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nos documentos, as vítimas denunciam negligência de atendimento e problemas de saúde após serem submetidas a cirurgias com o médico, que é chefe da cirurgia plástica do Hospital Ernesto Dornelles.

Segundo o g1, as mulheres descrevem situações como cicatrizes que abriram e falta de assistência no pós-operatório. Ao procurarem por auxílio, foram avisadas de que, para um novo reparo, precisariam pagar pelo procedimento. Uma das vítimas relatou dores no braço, após passar por uma cirurgia reparadora.

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Em nota, o médico disse que exerce a profissão há 30 anos e que “pauta os atendimentos pelo extremo respeito aos aspectos técnicos e éticos da medicina”. O cirurgião disse ainda que “todo procedimento cirúrgico está sujeito a riscos que são comunicados e consentidos pelos pacientes” e a “plena recuperação depende de diversos fatores, inclusive seguir as recomendações médicas no período pós-operatório”, alegou.

“VERGONHA DE USAR BIQUÍNIS”

A paciente Luana Machado Fantinel, que fez uma cirurgia com Fuchs há um ano, diz sentir “vergonha de usar biquínis ou roupas curtas”.

“Minha cicatriz começou a alargar demais. Ele falou que era normal. Ele até arruma, segundo ele, porém isso tem custo e não tenho como. Além disso, tenho medo. Quando estive no escritório dele, logo que começou, falou que estava me cuidando errado. Mandou eu repousar mais. Que ficaria bom e me mandou fazer curativo. Nunca ficou”, afirmou.

Ainda segundo a publicação, o médico já responde a processos na Justiça de ex-pacientes, que pedem indenização por danos morais e materiais. De acordo com o advogado Axel Rodrigues Pimentel, ao menos 20 mulheres o procuraram para ingressar com ações contra Leandro Fuchs. Ele diz que o médico oferecia valores mais acessíveis e facilitava o pagamento por boletos e cartão de crédito, para atrair as pacientes.

Em nota, o Hospital Ernesto Dorneles informou que não recebeu, nos últimos três anos, nenhuma reclamação formal contra a conduta de Leandro Fuchs, mas que está apurando internamente os fatos relatados pelas pacientes.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) confirmou que recebeu uma notificação contra o médico, e que as investigações estão em curso.