Publicado às 19h50 desta quinta-feira (19)

A Poesia de Quinta desta semana traz uns versos meio ‘labrojeiros’ sobre um amor que é preso, que não sabe ser amor. A mais nova uma coluna do Farol de Notícias pé a invenção da jornalista e escritora Manu Silva.

Os textos também estão integrando a produção do PodAmor, o podcast da TV Farol que vai ao ar toda sexta-feira, às 19h.

AMOR DE CABRESTO 

Não venha com graça do nada
Como se tudo tivesse ficado bem
O tempo não apaga ou aparta
Perder o bem querer de alguém
Não vem se achegando de volta
Como se esse canto fosse teu

Levei tempo que só a bixiga lixa
Pra dar jeito na bagunça doída
Que tu causou na minha vida
Colocar a cabeça nos queixos
Os sentimentos lá no fundo
Revireiro do diabo que tu me fez

Não me venha falando manso
Nem me chame de meu amor
O pedaço de carne que tu pisou
Não se faça de besta pro meu lado
Que não sou quenga ou capacho
O que tinha de ter meu acabou

Criei ranço do teu jeito abusado
Reviro o estômago com tu do lado
Garanto a tu que minha dignidade
Não me permite em sobriedade
Amar ou chegar perto de desleixo
Amor pouco ou com cabresto