A prisão do servidor Ary Ferreira Filho, operador do esquema de corrupção chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), não deixa espaço para dúvidas: de todos os “filhotes” gerados pela Operação Lava Jato em Curitiba, nenhum tem dado mais frutos do que os inquéritos conduzidos no Rio de Janeiro.

São chamados de “operações filhotes” os processos abertos em outros Estados, a partir das descobertas das investigações iniciadas em 2014 na capital paranaense sobre casos de corrupção na Petrobras.

“É natural que aconteça um desdobramento da Lava Jato com ‘filhotes’ da operação por todo o país”, afirmou em entrevista ao UOL o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

Investigadores e advogados afirmaram à reportagem que os inquéritos abertos no Rio somados às informações contidas nas delações de empreiteiras, a exemplo das realizadas pelos 77 executivos da Odebrecht, vão tornar a capital fluminense protagonista da Lava Jato durante o ano de 2017.

Os desdobramentos no flanco carioca resultaram também nas prisões do próprio Cabral, de sua atual mulher, a advogada Adriana Ancelmo, e do empresário Eike Batista, dentre outras pessoas.