Do Diario de Pernambuco 

Comissão Europeia adverte Hungria para 'retificar' lei sobre LGBTQIA+A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu o governo húngaro, nesta quarta-feira (7/7), para que retifique sua polêmica lei sobre a comunidade LGBTQIA+, ou enfrentará as consequências legais dentro da UE.

“Se a Hungria não retificar esta situação, a Comissão utilizará os poderes de que dispõe como guardiã dos tratados”, afirmou Von der Leyen, em uma sessão do Parlamento Europeu em Estrasburgo (leste da França).
Em virtude da nova normativa húngara, que entra em vigor nesta quinta-feira (8/7), a Comissão pode abrir um procedimento de infração contra este país por violação da legislação europeia. Trata-se de um passo drástico, que pode dar lugar ao envio do caso para o Tribunal de Justiça da UE e abrir caminho para a aplicação de sanções financeiras.
No final de junho, a Comissão enviou uma primeira carta às autoridades húngaras, manifestando as “preocupações legais” sobre a legislação adotada em 15 de junho.
“Fazemos uso destes poderes independentemente do Estado-Membro que infringir a legislação europeia”, frisou Von der Leyen na quarta-feira (7/7).
“Desde o início do meu mandato, iniciamos cerca de 40 procedimentos de infração relacionados com a proteção do Estado de Direito e de outros valores europeus”, relatou.
Considerada homofóbica no restante da Europa, a nova normativa húngara se tornou o centro de uma amarga polêmica durante uma cúpula de líderes do bloco em Bruxelas, em 25 de junho, com recriminações diretas a seu primeiro-ministro, Viktor Orban.
Dois dias antes dessa cúpula, Von der Leyen havia dito que a legislação húngara era “uma vergonha”.
A Hungria já é motivo de preocupação na UE, devido às constantes denúncias de abusos do Estado de direito. A adoção desta legislação que afeta diretamente a comunidade LGBTQIA fez toda essa controvérsia explodir publicamente.
Trata-se de emendas em várias leis húngaras (sobre proteção da infância, atividade publicitária, imprensa, proteção da família, ou educação pública) que vetam a “promoção de uma identidade de gênero diferente da de nascimento, mudança de sexo e homossexualidade” para menores de 18 anos de idade.