Publicado às 04h27 desta quarta-feira (27)

Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Pelo resultado favorável que se viu na última votação das contas de Luciano Duque na câmara de vereadores, à revelia do TCE, diga-se de passagem, e aí é que está mais um detalhe, concluiu-se o óbvio: Luciano não tem oposição. Pelo menos a devidamente constituída pelo poder. Mas ele tem a oposição ainda não consagrada pelos votos e que poderá consegui-los na eleição vindoura. E essa oposição do futuro está se articulando. De forma modesta, é fato, mas permanente.

Se Luciano tem o condão de atrair para si todos os 17 vereadores, é bem provável que ele também tenha a mesma capacidade para atrair o apoio de quase todos eles, senão de todos, para a sua candidata à sua sucessão, Márcia Conrado. Se isso, em tese, pode parecer algo positivo para ele e ela, na prática, pode não ser bem assim.

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Por quê? É óbvio que quase sempre é melhor ter apoio do que não ter, e é claro que os vereadores têm votos, senão não teriam sido eleitos. Porém há apoio que subtrai mais do que soma, do tipo que soma 2 ou 1 e subtrai 3 ou mais. A rejeição do eleitorado serra-talhadense aos vereadores está tão alta que é provável que o apoio deles provoque o fenômeno citado e, por isso mesmo, não venha a ser um bom negócio. É bem possível que, ainda que o número de cadeiras permaneça em 17, cerca de 10 vereadores não se reelegerão, no mínimo. A vontade mesmo do povo é excluir todos e reduzir o quadro para NOVE novos, ou menos. Ainda faremos essa campanha dos NOVE. Acorda, povo!

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Mesmo que os vereadores tenham votos, pelo desprestígio que nessa conjuntura a sociedade lhes devota, não sem inúmeros motivos, é fato que eles hoje têm muito menos do que tinham na eleição de 2016. A última aprovação das contas de Luciano tal como se deu foi, evidentemente, algo ótimo para ele, mas péssimo para os vereadores, sobretudo os que se fingiam de oposição. Votar contra uma recomendação do TCE? Mais um tiro no pé, mais uma pá de cal nas suas reputações.

Pelo quadro apresentado dos vereadores e se ele se deteriorar mais, o que é uma tendência, estará dada a chance para a oposição fazer uma boa eleição na câmara. E por que não no Executivo? Aí será um páreo mais duro. Até porque sempre é e também porque Luciano tem uma gestão bem avaliada até aqui, ainda que com ressalvas, que sempre há. Ao contrário do Legislativo.

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Aguardem a avaliação dos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro.