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Fotos: Alejandro García/Arquivo Farol

Colaborou Emmanuelle Silva (Do Farol de Noticias)

As noites de lazer na Concha Acústica de Serra Talhada podem estar com os dias contatos. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) notificou os dois principais estabelecimentos comerciais da localidade com vistas a conter a poluição sonora no entorno, especialmente, nos finais de semana. Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi assinado, na semana passada, entre o MPPE e os proprietários.

Caso os restaurantes desrespeitem a orientação, poderão pagar multa diária de R$ 788. O dinheiro será convertido ao Fundo Estadual de Proteção ao Meio Ambiente. No termo, o MPPE explica que está havendo perturbação de sossego aos moradores da localidade. Boa parte são idosos.

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A proposta é que os donos dos restaurantes Lampião Aceso e Rangus Bar adequem o volume de músicas e impeçam que seus consumidores liguem som de veículos no local. A orientação mais polêmica obriga os proprietários a cessarem as atividades até às 0h.

A decisão acabou gerando controvérsia, principalmente, entre os clientes mais jovens. Boa parte do público que frequenta a Concha Acústica durante as noites são estudantes que encontraram no local um refúgio agradável de lazer, quase sempre escasso no município.

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FALA POVO

O FAROL ouviu usuários dos restaurantes. Alguns lamentam as obrigações impostas pelo MPPE, já outros dizem entender o lado dos moradores incomodados com o barulho.

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“Isso não é justo com os dois bares, a concha como Marco Zero da cidade é muito mal aproveitada comercialmente, isso acaba prejudicando ainda mais”, avaliou Israel Lima, 25 anos, estudante de Administração da Uast/UFRPE. “Eu não gostei dessa ordem judicial, música ao vivo não tem como ser tão baixa, principalmente quando os bares são próximos, quanto ao horário até dá para engolir, devido o cansaço dos funcionários”, avaliou Jamilys Nogueira, 20 anos, estudante de Letras da Uast/UFRPE.

“Acho essa decisão errada, porque se não tem som, não tem clientes e se não tem clientes não tem dinheiro. E se não tem dinheiro? Como é que eu vou receber?”, indagou Thays Marques, 21, garçonete de um dos bares.

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Apesar da controvérsia, alguns estudantes concordam com as medidas estipuladas pelo Ministério Público. “É complicado, porque ali na Concha os moradores são, na maioria, idosos”, lembrou Andreza Magalhães, 23 anos, também estudante de Letras da Uast.

“Tanto faz, mas eu acho que, em determinado horário, por conta dos moradores, deveria haver compreensão mesmo por conta da altura do som”, opinou Maria Farias, 23 anos, que cursa Administração na FIS (Faculdade de Integração do Sertão).

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