Planalto já trabalha para enfraquecer nova denúnciaG1/Blog Andréia Sadi

Em meio à expectativa para a segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, o Palácio do Planalto discute estratégias para desidratar a nova peça do procurador-geral da República.

Segundo o Blog apurou, uma das principais linhas de atuação do governo será incentivar a CPI mista da JBS a convocar o procurador Angelo Villela, que foi preso em maio após a delação da JBS.

Villela, que foi solto em agosto, foi detido por suspeita de vender informações sigilosas sobre investigações relacionadas à JBS.

Ao Blog, auxiliares de Temer afirmam que Villela tem dado “sinais” de que pode falar.

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Ao Blog, auxiliares de Temer afirmam que Villela tem dado “sinais” de que pode falar, inclusive, em uma delação premiada. E que ele estaria apenas esperando a troca de guarda na PGR, já que foi Janot quem solicitou sua prisão – autorizada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

No domingo (17), encerra-se o mandato de Janot no comando da PGR. Ele será substituído por Raquel Dodge.

O Planalto avalia que o depoimento de Villela pode dar munição a Temer para pedir votos na Câmara contra a segunda denúncia preparada por Janot, além de ser usado contra o ex-procurador Marcello Miller, acusado de ter auxiliado a delação da JBS enquanto ainda integrava o Ministério Público Federal.

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A propósito, Temer tem um texto pronto com a reação à denúncia de Janot. Só não bateu o martelo da forma: se será pronunciamento ou nota.

Geddel
Em outra frente, Temer admite a aliados a preocupação com Geddel Vieira Lima, amigo de longa data do presidente.

Auxiliares de Temer relatam que o Planalto espera a delação do ex-ministro, mas ensaiam o discurso de que não temem revelações que comprometam o presidente.

A situação seria diferente, argumenta um interlocutor do presidente, se estivesse sendo negociada uma delação premiada do ex-coronel João Baptista Lima ou do advogado José Yunes.

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Lima é o ex-coronel da PM amigo de Temer e um dos principais auxiliares informais do presidente.

Já Yunes é o advogado que foi assessor do Planalto, mas deixou o cargo em dezembro após ser envolvido na delação da Odebrecht.

Para estes auxiliares de Temer, Yunes e Lima, por não serem do núcleo político do PMDB, poderiam ter detalhes mais técnicos sobre histórias envolvendo o presidente.