Fotos: Arquivo Pessoal / cedidas ao Farol de Notícias

No último dia 25 de julho comemorou-se o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e o FAROL DE NOTÍCIAS partiu em busca de histórias emblemáticas de mulheres negras de Serra Talhada que representassem a força e importância desta data.

Foi onde encontramos Maria da Penha da Silva Santos, de 51 anos, a educadora aposentada que trabalhou 20 anos como coordenadora de biblioteca da EREM Cornélio Soares, mas já deu aula embaixo de um Juazeiro e chegou a fundar uma escola de ensino infantil para alfabetizar o filho.

“Nasci em Serra Talhada, meus pais moravam em uma fazenda de Enock Inácio, tio de Inocêncio e com dois anos fui para Itacuruba. Na minha vida todinha eu sofri muito preconceito na vida estudantil, cheguei até a dizer que iria desistir de estudar, pelo fato de ser negra e pobre. Mas sempre me destaquei nos meus estudos e por isso queriam me diminuir. Prossegui, fiz o antigo magistério em Floresta e fiz faculdade em Belém de São Francisco”, relatou Penha completando:

“Dei aula em uma ilha, passava duas horas andando de bicicleta, depois pegava uma canoa, enchia de alunos e atravessava o Rio São Francisco na velha Itacuruba para ir dar aula embaixo de um pé de juazeiro, passei dois anos fazendo isso. Depois fui trabalhar em uma escola do estado e estou aqui agora. Mas lutei muito, quando meu filho mais velho, tinha três anos eu descobri que ele já estava aprendendo a ler e eu decidir fundar uma escola lá em Itacuruba para incentivar a educação dele, a madrinha dele era a professora”.

Penha Santos é casada há 31 anos com o agricultor Jânio Severino dos Santos, 52 anos, natural comunidade quilombola Negros de Gilú de Itacuruba, com quem teve dois filho Diego George Santos, de 29 anos, e Diogo Guilherme dos Santos, de 25 anos. A história de vida, o amor a família e a educação são alguns exemplos da grande trajetória construída por Penha Santos, que diz com muito orgulho: “Eu sou negra!”