selo-farolFotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Em uma série de matérias sobre imigração, o FAROL DE NOTÍCIAS tem desvendado o mundo que há dentro de Serra Talhada através dos estrangeiros que vieram residir na cidade. Nesta terça-feira (22), conversamos com o professor de inglês Richard McGill, de 65 anos, nascido em Haddington – East Lothian, na Escócia. Richard mora na Capital do Xaxado há cerca de 10 anos e é casado com Ivonete Soares, 50 anos, há cerca de 17 anos. O britânico conheceu a cidade através de uma igreja pentecostal onde era ministro e a convites veio ao Brasil. Com a ajuda de Cristóvão Magalhães, sócio do britânico – atuando como tradutor- , conhecemos um pouco da história do professor.

“Em 1999 vim de férias para Serra Talhada e conheci minha esposa Ivonete e a convidei para vir me visitar também na Escócia, onde ficou por um mês mais ou menos. No ano seguinte resolvemos namorar, casamos e moramos por sete anos lá, me aposentei no serviço que prestava na área de saúde e resolvemos voltar para Serra Talhada para ficar de vez. Eu amo a cultura de Serra Talhada, o xaxado, as histórias de Lampião. É uma cultura muito rica, precisa ser valorizada e explorada mais. Temos incríveis artistas, músicos, precisa-se de um centro cultural em Serra Talhada, tal qual foi o Cist que se perde e foi uma grande referência, precisamos resgatar isso”, ratificou McGill.

DSC_0171

Quando questionado sobre o choque cultural entre o Sertão e o Reino Unido, o escocês brinca sobre o calor. “Há muitas diferenças entre o meu país e Serra, mas a primeira que percebi e a principal foi o clima. Aqui é muito quente e o meu país é muito frio. Por outro lado as pessoas aqui são muito calorosas e a família da minha esposa é muito grande e me acolheu. Sou muito sortudo, e me sinto muito feliz, me adaptei bem aqui. A barreira linguística é muito grande, eu poderia ter aprendido mais a falar português, mas é muito difícil. Eu vi nisso um meio de descobrir como ajudar o brasileiros a superar essas dificuldades de aprender inglês”, relatou Richard.

Ao FAROL, Richard revelou que sente muita saudade da sua terra natal e se emociona ao relembrar os familiares. “Estou longe de casa há dez anos e sinto saudade de muitas coisas, coisas que eu podia fazer lá e não posso mais. Sinto falta da família, tenho um irmão e uma irmã, meus pais morreram há muito tempo, tenho dois filhos, netos. Sinto falta dos amigos, lugares, memórias, mas quando se decide mudar de país temos que nos perguntar: eu sou capaz de mudar e seguir em frente? Eu sou capaz, mas tenho vontade de visitar a Escócia. Não é fácil estar longe da terra natal, mas minha esposa é meu grande suporte”.

DSC_0152DSC_0184 DSC_0185DSC_0172DSC_0167