Contas: Indagado sobre voto do PT contra Carlos Evandro, Luciano diz que não sabe de nadaApesar de estar ciente que o seu partido já se reuniu, em certas ocasiões, para debater exclusivamente o posicionamento do PT diante a votação das contas rejeitadas pelo TCE ( Tribunal de Contas do Estado) do ex-prefeito Carlos Evandro, prevista para janeiro de 2014, o prefeito Luciano Duque escolheu a estratégia do desentendido. Indagado durante entrevista de rádio, nessa quinta-feira (19), sobre o assunto, afirmou que não sabe qual será a posição dos próprios correligionários que compõem a sua bancada na Câmara Municipal.

A tática de Duque de se afastar da discussão perante o problema que o PT enfrentará em breve, expõe um dilema que bate na porta do próprio gestor. Tudo indica que os dois vereadores do Partido dos Trabalhadores votem pela reprovação das contas do ex-prefeito Carlos Evandro, o que sedimenta a teoria da traição, a qual Duque, por ora, tenta evitar que se avolume tão cedo. Luciano foi alçado prefeito com o apoio de Evandro, o principal responsável pela vitória dele nas eleições 2012.

O dilema do prefeito atualmente é ter que assumir publicamente que a sua legenda pode ajudar a arruinar a carreira política de  quem, praticamente, colocou o PT no poder em Serra Talhada. Por isso mesmo, Luciano tem buscado a tática do “não sei de nada”. Durante entrevista nesta quinta-feira (19), o gestor optou pelo discurso “café com leite”, jogando a responsabilidade sobre a Câmara Municipal e afirmando que é cedo julgar.

“Na verdade, não sei a posição ainda dos vereadores (do PT) e como um todo. Eu acredito que o ex-prefeito (Carlos) vai argumentar em sua defesa, pois todos têm o direito a se defender. Se for uma defesa plausível todo mundo vai entender, agora, isso vai depender da Câmara Municipal como um todo. O embate não é fácil, o Tribunal de Contas rejeitou e parece que ele (Carlos) está fazendo uma nova defesa perante o Tribunal. Ainda é cedo para julgar. Não dá ainda para emitir opinião sobre isso”, disfarçou.

Para Luciano Duque, pensar em seu íntimo pela reprovação das contas do seu padrinho político não seria tão ruim assim, já que anularia a possibilidade de Carlos Evandro retornar à disputa eleitoral em 2016, em mais uma batalha ao cargo de prefeito. Desse modo, derrotaria por antecipação um possível adversário. Talvez o único, a priori, que poderia minar os planos de reeleição do PT daqui há três anos.