Do G1 Mundo

A Coreia do Sul enviou ao Norte 200 toneladas de tangerinas depois que Pyongyang presenteou o país vizinho com cogumelos, no mais recente gesto de conciliação entre os dois países, anunciou nesta segunda-feira (12) o governo sul-coreano.

Seul deseja uma aproximação de Pyongyang, que possui armamento nuclear. O governo dos Estados Unidos, aliado da Coreia do Sul, quer manter a pressão sobre a Coreia do Norte enquanto a desnuclearização não for concretizada.

As tangerinas, uma raridade na Coreia do Norte, foram levadas a Pyongyang a partir da ilha meridional de Jeju, onde são produzidas, a bordo de quatro voos. O último deles está previsto para esta segunda-feira.

As frutas foram entregues como resposta ao envio ao Sul de duas toneladas de cogumelos por parte do líder norte-coreano Kim Jong-un durante uma reunião de cúpula com o presidente sul-coreano Moon Jae-in em setembro, informou a presidência da Coreia do Sul.

Os cogumelos – elemento chave das exportações norte-coreanas – foram enviados às famílias sul-coreanas separadas de parentes que vivem no Norte.

Em setembro, Kim enviou a Moon dois cães de caça da raça Pungsan para celebrar a última reunião entre os líderes.

Postos de guarda desarmados

Neste fim de semana, militares das duas Coreias concluíram a retirada de tropas e armas de 22 postos de guarda da fronteira altamente fortificada.

No acordo militar de setembro, as Coreias se comprometeram a eventualmente retirar todos os postos de guarda dentro da Zona Desmilitarizada, mas concordaram a começar removendo 11 de cada lado como uma medida “preliminar”.

Também foi acordada a retirada de minas terrestres ao longo da fronteira. Neste segunda, Seul afirmou que a Coreia do Norte retirou 636 minas no vilarejo fronteiriço até o dia 20 de outubro.

A Coreia do Sul diz que o acordo militar é um passo importante de reconstrução da confiança que vai ajudar a estabilizar a paz e avançar na reconciliação entre os rivais.

Exercícios militares

Apesar do clima de reconciliação, a mídia norte-coreana afirmou nesta segunda-feira que Seul violou o acordo que pede a suspensão de “todos os atos hostis” ao reduzir as tensões na península ao retomar exercícios militares de pequena escala com os EUA.

Cerca de 500 fuzileiros navais dos EUA e da Coreia do Sul iniciaram, na semana passada, simulações militares que estavam entre exercícios conjuntos suspensos por tempo indeterminado em junho para que Seul e Washington se dedicassem a uma aproximação com a Coreia do Norte.

Os exercícios conjuntos de duração de duas semanas vão “diretamente contra o acordo militar intercoreano, que prometia eliminar ameaças práticas de guerra e relações fundamentalmente hostis da península coreana”, disse o jornal.

Um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul rejeitou a crítica, dizendo se tratar de exercícios defensivos que envolvem unidades pequenas que não chegam nem ao tamanho de um batalhão.