G1

1. Como é a transmissão?

Por meio de três formas:

Por vias respiratórias, como pelo ar e por gotículas provenientes de espirros e da fala de indivíduos infectados;
Por contato físico, como beijos e abraços;
Por meio do contato de superfícies contaminadas, como segurar em corrimão.

2. Quais são os sintomas da doença causada por coronavírus?

Tosse seca, febre e cansaço são os principais sintomas, mas alguns pacientes também podem sentir dores no corpo, congestionamento nasal, inflamação na garganta ou diarreia.

Nos casos mais graves, que geralmente ocorre em pessoas que já tenham outras doenças associadas, há síndrome respiratória aguda e insuficiência renal.

3. Como se prevenir contra coronavírus?

Higienizar as mãos e superfícies, como móveis e corrimão, são as principais formas de se prevenir contra o novo coronavírus. É preciso:

Lavar as mãos com água e sabão ou álcool gel, mas nunca apenas com água;
Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos;
Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado
Veja as recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus

Já o uso de máscaras é mais recomendado para quem estiver em contato com alguém com sintoma gripal ou para quem for viajar para áreas de risco de contaminação pelo vírus. Vale lembrar que as máscaras descartáveis devem ser trocadas a cada duas horas.

O Ministério da Saúde alerta também para que não seja feito o compartilhamento de itens pessoais, como talheres e toalhas. Também é recomendável manter a uma distância mínima de um metro de pessoas que estejam espirrando ou tossindo.

4. É possível se contaminar por meio de aperto de mãos ou com beijos no rosto?

Sim. Por isso, segundo os infectologistas, é hora de rever alguns hábitos sociais, como cumprimentar com beijos no rosto ou com um aperto de mãos.

“O costume latino-americano de abraçar, beijar, manter contato mais próximo pode vir a ser um risco maior para essas culturas”, disse Wladimir Queiroz, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “É recomendável evitar esse tipo de contato físico.”

5. Que produtos de limpeza matam o coronavírus?

O novo coronavírus pode ser morto por produtos de limpeza desinfetantes de fácil acesso, como álcool 70%, água sanitária e até com a combinação de água e sabão.

“O vírus possui uma cápsula de gordura protetora, e a limpeza com estes produtos retira a cápsula e mata o vírus”, afirma Wladimir Queiroz, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, especialista em doenças infecciosas e parasitárias e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.

A boa notícia é que o coronavírus “não é um vírus muito complicado de matar, pois ele não é resistente no ambiente”, afirma Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

6. É possível ser infectado mais de uma vez por coronavírus?

Os cientistas ainda não têm essa resposta. Há notícia de um caso de reinfecção no Japão: uma mulher pegou o novo coronavírus por duas vezes.

Rosana Richtmann, infectologista do Emílio Ribas, o mais provável é que, após a infecção, a maioria das pessoas criem imunidade contra o coronavírus. “Grandes epidemias começam a diminuir na hora em que uma população grande já foi infectada e já está imune, e não adoece mais”, explica a infectologista. “Se virmos o número de casos [de infecção] na China, veremos que os números começam a cair, porque eu imagino que tenha muita gente que já esteja imune.”

7. Há vacina contra o coronavírus?

Ainda não, mas vários países, como Rússia, China e Estados Unidos, já pesquisam uma vacina contra coronavírus. A expectativa da comunidade científica é que os primeiros testes comecem nos próximos dois meses.

8. Vitamina D protege contra coronavírus?

Segundo o Ministério da Saúde, não. Até o momento, não há nenhum medicamento específico para prevenir a infecção pelo novo coronavírus.

9. Qual a taxa de mortalidade do coronavírus?

Ainda não há um percentual oficial de mortalidade da Covid-19, causada pelo coronavírus, segundo Nancy Bellei, infectologista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Embora ainda não exista um percentual oficial, até a última atualização desta reportagem a taxa de mortalidade era de 2% dos casos confirmados na China, primeiro país a registrar casos da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já fora da China, a taxa registrada foi de 0,7%.

“A gente ainda não conhece a pirâmide epidemiológica do vírus. Por exemplo, quantas são as pessoas assintomáticas que transmitem a doença, quantos têm o sintoma mas não vão para o hospital, quantos vão para o hospital e internam e, das que internam, quantas vão para a UTI. Ao fim, provavelmente não será nem 2% nem 0,7%”, disse a infectologista.

10. Estou com suspeita de infecção por coronavírus. Como devo proceder?

O essencial, segundo a Organização Mundial da Saúde, é evitar sair de casa. Se precisar sair, deve-se evitar circular lugares fechados, com muitas pessoas e com pouco ventilação. Além disso, é preciso entender que ir ao trabalho ou à escola com sintomas de gripe implica expor potencialmente outras pessoas à doença. Além disso:

Ao espirrar, deve-se colocar o antebraço ou um lenço na frente do nariz e boca;
Utilize lenço descartável para higiene nasal;
Não compartilhe talheres, copos, toalhas e demais objetos pessoais;
Mantenha uma distância mínima de um metro de qualquer pessoa.

11. Coronavírus tem cura?

Segundo a OMS, ainda não há cura e não há um tratamento medicamentoso definido. Mas, segundo o infectologista Queiroz, existe a chamada “cura espontânea”, que ocorre quando o corpo reage à infecção.

12. Crianças ou adultos: quem corre mais risco ao ser infectado por coronavírus?

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, os grupos de maior risco são crianças menores de 2 anos, gestantes, adultos com 60 anos ou mais.

Rosana Richtmann, infectologista do Emílio Ribas, lembra que, entre as vítimas fatais por coronavírus, “de 0 a 9 anos, nenhuma criança morreu.”

13.  Coronavírus pode contaminar encomendas que vêm da China?

A probabilidade de uma pessoa contaminar as mercadorias comerciais é pequena, segundo a OMS. E, mesmo se o item fosse infectado, o vírus não resistiria a movimentações e diferentes condições de temperatura enfrentadas durante a viagem.

14.  Animais de estimação podem transmitir o novo coronavírus?

Não há confirmação de transmissão do vírus entre animais – incluindo de estimação – e humanos. Segundo especialistas consultados pelo G1, não há provas ou evidências de que os pets podem transmitir a doença.

A única suspeita é que a carne de animais infectados pode contaminar humanos. Não há, porém, informações sobre a forma como os bichos se contaminam com o vírus.

15. Por que brasileiros que vieram da China ficaram em quarentena, mas os que voltaram da Itália, não?

Os brasileiros repatriados da China, onde teve início a epidemia do novo coronavírus, tiveram de passar um por período 14 dias em quarentena, mas a mesma medida não foi adotada no caso daqueles que chegam da Itália. O país europeu já registrou mais de dez mortes por Covid-19 – e é de lá que veio o morador de São Paulo que é o primeiro caso da doença no Brasil.

Ao G1, especialistas atribuem a diferença de conduta ao fato de a China ser um epicentro da doença aumentava – o risco de as pessoas vindas de lá espalharem o vírus por diferentes estados do Brasil era bastante alto.

Wladimir Queiroz, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, disse que nenhum país do mundo tem adotado quarentena nos casos de repatriados vindos de locais com registros de coronavírus.

16. O clima no Brasil pode ajudar a combater o novo coronavírus?

De acordo com infectologistas e especialistas ouvidos pelo G1, o clima e a temperatura podem não ter um papel tão fundamental assim na disseminação de uma doença.

“Vírus não respeita temperatura. O H1N1 atingiu os Estados Unidos em pleno verão. A Influenza é um vírus de inverno e tem todo ano no Caribe [região tropical]. No ano passado, teve surto de H1N1 no Amazonas”, disse a infectologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Para Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a propagação tem menos relação com o clima do que com a movimentação de pessoas.

“No Sudeste, que tem um trânsito muito maior de voos internacionais e uma densidade populacional muito maior, o risco eu acho maior, mas por causa dessas condições, não por causa das condições climáticas”, disse.