Do Diário de Pernambuco
França e Bélgica reabriram nesta quarta-feira (9) a área interna de restaurantes e os Estados Unidos flexibilizaram as restrições de viagem, sinais de que o avanço da vacinação permite um lento retorno à normalidade, mas em outros países, como Brasil ou Argentina, a Covid-19 não dá trégua.
Na América Latina, onde o vírus já matou mais de 1,18 milhão de pessoas e provocou mais de 34 milhões de casos, a Argentina superou os quatro milhões de contágios.
No Brasil, a pandemia mantém o início da Copa América no domingo na corda bamba, e o Supremo Tribunal Federal analisará na quinta-feira (10) dois pedidos para que o evento esportivo não seja realizado devido ao risco sanitário.
O Brasil foi surpreendentemente escolhido na semana passada como sede do torneio, depois que os países que receberiam a competição, Argentina e Colômbia, desistiram: o primeiro pela situação sanitária e o segundo por uma crise social que deixou dezenas de mortos.
As mais de 476.000 mortes por Covid no Brasil estão atrás apenas dos Estados Unidos. O país foi o que registrou mais mortes nas últimas 24 horas (2.378), seguido pela Índia (2.219) e Argentina (721).
Em todo o mundo, mais de 3,75 milhões de pessoas já morreram pela Covid-19, segundo dados oficiais.
A regressão do vírus permite retomar atividades impensáveis há alguns meses ou semanas, prazeres às vezes tão cotidianos como estar dentro de um bar.
“É agradável tomar um café na área interna. A vida normal está voltando pouco a pouco”, disse nesta quarta-feira Hammou Mraoui, em um estabelecimento no subúrbio de Paris.
“É raro ouvir as pessoas pedirem ‘um café para tomar aqui, por favor’, mas é um grande alívio”, afirmou Christophe Guedes, o proprietário.
A partir desta quarta-feira, cafés e restaurantes podem abrir seus espaços internos na Bélgica e França, onde também foram flexibilizadas as restrições para praticar esporte em quadras cobertas ou nadar em piscinas cobertas, e o toque de recolher passou das 21h00 para as 23h00.
Turismo e shows nos EUA 
Paralelamente à abertura interna, os países buscam também uma forma de reativar um setor crucial como o turismo, um dos mais castigados pelas restrições sanitárias.
Em um movimento importante neste sentido, o Parlamento Europeu aprovou o certificado digital da Covid que deve ser adotado até 1º de julho para facilitar as viagens dentro da União Europeia.
Os Estados Unidos flexibilizaram o nível de advertência de viagem pela pandemia para dezenas de países, entre eles grande parte da Europa, Canadá, México e Japão, sede dos Jogos Olímpicos.
Quase 60 países que receberam a advertência máxima de nível 4 (“não viajar”) voltaram ao nível 3 (“evitar se possível”), anunciou a diplomacia americana em um comunicado. Outros 20 Estados desceram um degrau até os níveis 2 ou 1.
Símbolo de um país que volta ao seu ritmo, Nova York retomará em junho a agenda musical: Bruce Springsteen fará seu espetáculo na Broadway e os Foo Fighters vão se apresentar no Madison Square Garden, o primeiro grande show nesta emblemática arena desde o início da pandemia.
Ainda assim, a bem-sucedida campanha de vacinação americana desacelerou, e as dúvidas de alguns de seus cidadãos em se imunizar colocam em risco o objetivo do presidente Joe Biden de que 70% da população tenha recebido ao menos uma dose em 4 de julho.
Cidades menos agradáveis
O otimismo trazido pelas vacinas à Europa não esconde que o continente foi um dos mais castigados pelo coronavírus, especialmente na primeira onda.
Isso se reflete na classificação anual das melhores cidades para viver, publicada pela revista The Economist, com uma queda das cidades europeias no ranking e um aumento das da Austrália, Japão e Nova Zelândia, onde o vírus foi mais contido.
A neozelandesa Auckland lidera a classificação, seguida por Osaka no Japão, Adelaide na Austrália, Tóquio e Wellington, a capital neozelandesa. Viena, líder deste ranking entre 2018 e 2020, caiu para a posição 12.
Embora a situação esteja melhorando, a Europa também não pode cantar vitória devido aos casos positivos de Covid nas seleções de futebol da Espanha e da Suécia, o que afeta o início da Eurocopa em apenas dois dias.