Os neandertais desapareceram por volta de 30 mil anos, conviveram com o Homo sapiens e até trocaram DNA com ele. A origem dessa espécie humana, porém, intriga cientistas. Agora, com o crânio de um hominídeo em mãos, um grupo internacional de cientistas pode começar a elucidar esse que é um dos maiores mistérios da evolução dos antepassados humanos. Segundo eles, a peça de 400 mil anos encontrada no complexo arqueológico do Almonda, em Torres Novas, Portugal, combina características que permitem a aposta.
“O novo fóssil é muito interessante porque essa região da Europa é crucial para entender a origem e a evolução do Homem de Neandertal (…) O crânio compartilha traços anatômicos com outros fósseis da mesma época e encontrados no norte da Espanha, no sul da França e na Itália”, explica, em comunicado, Rolf Quam, professor adjunto de antropologia na Universidade de Binghamton, nos Estados Unido, e coautor do estudo, divulgado na última edição da revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences, a Pnas.
Chamado Aroeira 3, o fóssil tem duas características especiais: a precisão da datação (entre os 395 mil anos e 430 mil anos) e a combinação única de traços morfológicos. A peça tem características típicas do que parece ser um ancestral do Homem de Neandertal, incluindo um espessamento ósseo pronunciado na altura das sobrancelhas, mas também pode se tratar dos restos mortais de um dos primeiros neandertais.
O que é certo, segundo a equipe de investigadores, é que são restos de um adulto que demonstra a ocorrência de uma pluralidade na região durante o Pleistoceno Médio (entre 700 mil e 125 mil anos atrás). “O crânio aumenta a diversidade anatômica da coleção de fósseis de hominídeos desse período na Europa, o que sugere que as populações mostravam diferentes combinações de características morfológicas”, ressaltou Rolf Quam.
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