Creches poderiam cuidar de 4 mil crianças em PEDo Diário de PE

Imagine estar desempregado e ter que recusar trabalho porque não tem uma creche perto de casa para deixar seu filho. Essa é a realidade de Gilvânia Brasiliano, de 32 anos. Ela é uma das mães que esperam, há anos, a entrega da Creche Marcos Freire, na Muribeca, em Jaboatão dos Guarapes, na Região Metropolitana do Recife. Nem sempre ela consegue alguém para ficar com Vlademir, de 2. “Isso já me prejudicou muito. Não tem onde deixar. E ninguém quer cuidar, porque a gente paga pouco, eu faço bicos, o dinheiro não é muito”, comenta.

A Creche Marcos Freire é uma das 17 obras de creches e escolas de educação infantil, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), atualmente emperradas em Pernambuco. Elas foram pactuadas entre o governo federal e os municípios entre 2011 e 2014, gestão da presidente Dilma Rousseff, por meio dos programas Proinfância e PAR (Programa de Ações Articuladas). Se estivessem em pleno funcionamento, todas essas unidades poderiam estar cuidando de 4.164 mil crianças em todo o estado. No caso de Marcos Freire, que segue o projeto Tipo B do FNDE, a capacidade seria de 224 crianças.

Diario de Pernambuco
Inacabadas, creches poderiam estar cuidando de 4 mil crianças em PE
Por: Diogo Cavalcante
Publicado em: 17/02/2020 06:30
Moradora da Muribeca, Gilvânia Brasiliano já teve que recusar trabalho por não ter onde deixar o filho, Vlademir. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)
Moradora da Muribeca, Gilvânia Brasiliano já teve que recusar trabalho por não ter onde deixar o filho, Vlademir. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.)
Imagine estar desempregado e ter que recusar trabalho porque não tem uma creche perto de casa para deixar seu filho. Essa é a realidade de Gilvânia Brasiliano, de 32 anos. Ela é uma das mães que esperam, há anos, a entrega da Creche Marcos Freire, na Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Nem sempre ela consegue alguém para ficar com Vlademir, de 2. “Isso já me prejudicou muito. Não tem onde deixar. E ninguém quer cuidar, porque a gente paga pouco, eu faço bicos, o dinheiro não é muito”, comenta.

A Creche Marcos Freire é uma das 17 obras de creches e escolas de educação infantil, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), atualmente emperradas em Pernambuco. Elas foram pactuadas entre o governo federal e os municípios entre 2011 e 2014, gestão da presidente Dilma Rousseff, por meio dos programas Proinfância e PAR (Programa de Ações Articuladas). Se estivessem em pleno funcionamento, todas essas unidades poderiam estar cuidando de 4.164 mil crianças em todo o estado. No caso de Marcos Freire, que segue o projeto Tipo B do FNDE, a capacidade seria de 224 crianças.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, a agência de dados Fiquem Sabendo obteve uma lista de obras paralisadas, aferida em 28 de dezembro de 2018 pelo FNDE. Pernambuco tinha, originalmente, 26 obras paradas. O Diario de Pernambuco acompanhou, nos últimos seis meses, a evolução de cada uma e, até 6 de fevereiro, apenas 9 foram retomadas. Das 17 que seguiram emperradas, 3 estão paralisadas, 4 em novo processo licitatório e 10 consideradas inacabadas. Reflexo de falhas execução dos trabalhos (responsabilidade municipal) e da própria administração do FNDE, essas obras paradas estão em Jaboatão dos Guararapes (4) e Goiana (1), na Região Metropolitana do Recife; Vitória de Santo Antão (1) e Itaquitinga (1), na Zona da Mata; Bom Conselho (1), Camocim de São Félix (2), Capoeiras (1), Garanhuns (3) e Vertente do Lério (1), no Agreste; e Mirandiba (2), no Sertão.