A tentativa do prefeito Luciano Duque de enviar o secretário de Educação, Edmar Júnior, para informar aos professores que o reajuste salarial de apenas 2% já estava definido e não teria como haver mais diálogo, acabou causando um grande mal estar para a administração municipal.

Na abertura do encontro na Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (13), o secretário Edmar Júnior foi vaiado pela categoria ao anunciar, através de gráficos, que o reajuste de 10%, proposto pelo Sintest (Sindicato dos Trabalhadores em Educação) estava descartado. “Este reajuste de 2% já vai provocar um déficit de R$ 1,4 milhão nas contas do governo”, disse.

Entretanto, uma onda de vaias maior veio à tona no exato momento em que o secretário de Governo, Josembergues Melo, resolveu assumir a defesa do prefeito Luciano Duque durante a plenária.

“Todos os recursos do Fundeb não pagam sequer a folha de pagamento. Vejam a postura do prefeito como gestor. Se o prefeito pudesse, daria um aumento muito maior”, tentou justificar Josembergues, sob uma chuva de vaias. Ainda de acordo com o secretário, professores e servidores da educação de Serra Talhada tiveram uma aumento real de salário em torno de 37%.

NÚMEROS DO GOVERNO NÃO CONVENCERAM OS PROFESSORES
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REAÇÃO

A reação diante o ato promovido pela Prefeitura partiu do vereador Sinézio Rodrigues (PT). Nessa segunda-feira (12) ela já tinha disparado críticas por conta da atitude do prefeito Duque, que enviou um projeto à Câmara de Vereadores propondo o reajuste de 2%, enquanto o sindicalista negociava diretamente com o secretário Edmar Júnior.

“Por que o governo não foi mais correto e ter dito: ‘Olha, a decisão do governo é passar o trator, essa discussão é para a Câmara aprovar no rolo compressor, fazer a categoria ficar contra o Sindicato que a representa’ e acabou a situação. Seria muito mais transparente, seria muito mais honesto, e a gente acreditando”, disse Rodrigues, informando que foi alertado sobre comportamento do prefeito.

Sinézio Rodrigues rebateu os números da prefeitura e assegura que há margem para promover o reajuste de 10% nos salários dos servidores. “Alguns companheiros da categoria dizendo “Não caia nessa porque o prefeito tá querendo tempo”, e a gente dizendo “Não, temos que dar um voto de confiança”. Porque eu sou honesto para defender o governo quando for preciso, agora eu não posso aceitar é isso que se conchavou entre quatro paredes com gente que deveria estar aqui defendendo os trabalhadores”, desabafou.

Diante o impasse, o vereador e presidente do Sintest já convocou uma assembleia extraordinária para a próxima segunda-feira (19) e não descarta uma greve por tempo indeterminado. “Na segunda-feira ninguém trabalha. As escolas vão estar fechadas”, assegurou Sinézio.

SECRETÁRIO JOSEMBERGUES DEFENDEU DUQUE E FOI VAIADO
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SINÉZIO RODRIGUES REAGIU A FALTA DE COMPROMISSO DO GOVERNO
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PROFESSORES DIZEM NÃO AO REAJUSTE DE 2% E PREPARAM GREVE
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