Cá entre nós, sou fá ardoroso das festas natalinas. Gosto do clima, das comidas, dos abraços e sorrisos distribuídos. Gosto de reencontrar amigos e de desejá-los um Feliz Natal bem à moda antiga. Acho que o famoso espírito natalino mexe com todos. Mesmo aqueles mais duros, que arriscam pregar ser a humanidade uma invenção às avessas.

Natal é família e família é tudo. Aliás, tenho boas recordações dos meus natais mas sempre  temos um predileto. Ainda guardo na memória o Natal dos meus 10 anos, nos idos de 1973, na época do Brasil “Ame-o ou Deixe-o”, em que a Ditadura Militar fazia uma verdadeira carnificina com os nossos revolucionários.

Ainda criança, a “coqueluche” do momento era a bola Canarinho. Quem vai fazer 50 anos, assim como eu, sabe do que estou falando. Na pelota tinha a marca do “Rei Pelé” dando o seu famoso soco no ar. Era uma bola simples de borracha, mas era o meu sonho de consumo. O meu pedido para o Papai Noel. Na manhã de Natal, estava sentado na cama e de repente uma canarinho cai no meu colo, ainda no plástico e bem vermelhinha. Fui ao delírio. O meu Pai Noel não precisou usar trenó, gorro e nem estalar as renas, ele soltou um grito e fui pro abraço. Esta é uma cena simples que me marcou até hoje.

Agora a coisa mudou. Não sei se ainda existe a Canarinho porque a força da publicidade e da necessidade capitalista de produzir e vender felicidade funciona como uma praga. Sento à frente da TV, com a minha neta Mariah, e a saraivada de propagandas é algo impressionante. Mariah só fica na base do “quero esse, compra esse”. Ufa! Hoje, a convenci a escrever uma cartinha para o Papai Noel e registrar o seu desejo. Pelo menos acabei com o festival doidivanas de pedidos. Esta é a era do ‘ligue Já’. Facilite no cartão em 500 vezes, porque a geringonça de última geração deixou de ser novidade ontem. O mercado gerou uma coisa mais moderna e por aí vai.

Nestes primeiros dias de dezembro, onde estamos fechando um calendário de 365 dias juntos, gostaria que cada Faroleira e Faroleira mergulhasse no mais belo dia da sua infância e do seu Natal e faça irradiar o seu desejo de um mundo melhor. De ser humano melhor. Em breve, vamos disponibilizar um link para que possamos trocar mensagens de  boas festas. Afinal, precisamos disto. Assim como abro o meu coração agora, mostrando um pedaço bom da minha vida, espero que todos tenham a candura de fazer deste espaço, o nosso querido FAROL, uma ponte de novas e sólidas amizades. Feliz Natal!