Do G1

A cada dia, o boletim da Secretaria de Saúde de Pernambuco traz as confirmações de pessoas com o novo coronavírus (Sars-Cov-2). Na quarta (26), o estado teve a primeira morte confirmada e chegou a 46 pessoas com diagnóstico positivo para a Covid-19, doença causada pelo vírus. Cinco pacientes tiveram cura comprovada. Entre eles, está a advogada Renata Berenguer, de 30 anos.

Renata afirmou que o caso dela é a prova de que a doença existe e pode acometer pessoas de todas as idades. Ela lembrou que a recomendação de isolamento social precisa ser seguida à risca.

“O que precisa ser feito é o isolamento. É esse gesto de amor”, disse a advogada.

“As pessoas vão sentir dor de cabeça e outros sintomas achando que não é nada. A única coisa a fazer é ficar em casa. Só nos resta isso. É uma oportunidade de refletir como ser diferente, como ser uma pessoa melhor”, defendeu.

Sintomas

Acostumada a uma rotina de viagens, a advogada acordou com dores na cabeça e no restante do corpo no começo de março, quando ainda não havia confirmações em Pernambuco da doença. Achou que era uma virose, comum no pós-carnaval. Tinha curtido a festa no Rio de Janeiro e no Recife.

Viajou para um congresso em Fortaleza e depois pra Fernando de Noronha, com um grupo de 18 pessoas. Foi quando começou a tossir e ter uma leve coriza. Assim como surgiam, os sintomas desapareciam ao longo do dia. Voltou da ilha para o Recife e já partiu para Blumenau, em Santa Catarina, numa viagem a trabalho. Tudo isso num intervalo de oito dias.

A ficha só começou a cair quando, na volta para a capital pernambucana, notou que todo mundo só falava do novo coronavírus em São Paulo, onde o avião fez escala. Muita gente estava usando máscaras na ocasião.

“Quando pego o avião São Paulo/Recife, tento dormir e sinto uma sensação estranha. Puxava o ar e não vinha. Já tinha algumas pessoas de máscara, mas não imaginava. Eu nem sonhava em coronavírus, mas senti algo estranho”, lembrou.
Mesmo com sintomas leves, assim que soube que tinha entrado em contato com uma pessoa que esteve na Europa, ela decidiu ir ao hospital, no dia 13 de março. Desta consulta, partiu para o isolamento domiciliar e aguardou o resultado do exame.

“Vim diretamente para minha casa e aqui estou até hoje, seguindo um protocolo de isolamento absoluto que em nenhum momento hesitei de cumprir”, afirmou.