Do G1

Os 15 deputados pró-democracia de Hong Kong anunciaram nesta quarta-feira (11) que renunciaram em massa após o governo expulsar quatro companheiros deles do parlamento.

“Nós, o campo pró-democracia, apoiamos nossos companheiros que foram desqualificados. Nós vamos renunciar em bloco”, disse Wu Chi-wai, representante dos 15 deputados pró-democracia do Parlamento local.

Até 1997, Hong Kong pertencia ao Reino Unido e tinha independência para se governar. Então, a ilha passou a ser um território semiautônomo da China –em tese, a relação entre os dois é regida pelo seguinte lema: um país, dois sistemas.

Ou seja, Hong Kong pertence à China, mas tem liberdade para fazer sua própria política.

Na prática, o poder executivo é subordinado aos chineses.

Já o poder legislativo é composto por 70 parlamentares. Apenas 35 são eleitos pela população.

Outros 30 são representantes de pequenos grupos, como empresários, bancos etc. Historicamente, esses 30 parlamentares são ligados à China.

Os cinco representantes restantes não foram eleitos diretamente para o poder legislativo de Hong Kong, mas, sim, para as assembleias de distritos do território e, depois, em uma nova eleição, “sobem” para o parlamento de Hong Kong.

O movimento pró-democracia de Hong Kong tem como meta fazer com que todos os líderes e representantes, inclusive do poder executivo, sejam eleitos.
A China aumentou o poder que exerce em Hong Kong. Foi aprovada uma lei de segurança nacional que, na prática, permite aos chineses prender dissidentes.

A perda do título de deputado

Logo após os chineses aprovarem uma lei que dá poderes ao executivo de Hong Kong destituir membros do legislativo, o governo do território publicou um comunicado que dizia que quatro parlamentares “perderão de maneira imediata o título de deputado”.

A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que as expulsões dos deputados são “constitucionais, legais, razoáveis e necessárias”.

A renúncia em bloco deixaria o legislativo nas mãos de deputados leais a Pequim. “Se o respeito dos procedimentos, a proteção do sistema e a luta pela democracia e os direitos humanos merecem a exclusão, é uma honra”, afirmou à imprensa Dennis Kwok, um dos quatro deputados expulsos.