saudade1[1]Por Adelmo da Favela, de Serra Talhada

De vez em quando eu me pego conversando com os meus pais, que já partiram pra outra, eu sei que não voltam mais. Esse é um grande momento de saber como eles estão um momento de saudade e muita reflexão. Eu falo das minhas angustias e desafogo o coração. Eu tenho certeza que os dois estão vendo lá de cima a minha situação. Me ajudando nas agruras que me pegam nessa vida, deixando muitas amarguras dentro do meu coração.

Eu perdi a minha mãe fiquei sem meu velho pai, só restou muita saudade pra não esquecer jamais. Eu queria abraçar o meu pai e sentir sua presença, eu queria lhe dizer o que o meu coração sente. Nós sofremos nessa vida por falta de condição, pelo menos conseguimos ser no mundo cidadãos. Eu queria ver a minha mãe pra falar no seu ouvido das alegrias e das tristezas que acontecem comigo.

Queria sentir as suas mãos macias, suaves e leves que passavam em meu pescoço para ver se eu tinha febre. Quando eu ficava acamado ela preparava um chá, que assim que eu tomava me fazia levantar. Eu queria dizer aos meus pais que depois que eu fui pai é que eu vim saber direito o trabalho que eu lhes dei e a falta que eles fazem. Queria dizer também que os valores morais se perderam com o tempo, e que o mundo está mudado os honestos de outrora hoje em dia são otários, e que os conselhos que eles me davam nas horas certas e precisas, são as armas que me ajudam nas batalhas dessa vida.

Não pergunte como estou, posso não chegar a nada eu não sei pra onde vou estou sem rumo na estrada, a solidão me acompanha sendo a minha camarada. Eu não sei mais o que faço com as lágrimas dos meus olhos, eu perdi a noção da vida, quando eu lembro os meus pais, por qualquer motivo eu choro. Eu andei tanto pelo mundo pra ficar triste por nada, me achei pelos caminhos e hoje estou perdido em casa.