Do Diario de PE

A Dior apresentou nesta segunda-feira (4) suas novas peças de alta costura, em um desfile que homenageou as paisagens bordadas de uma artista ucraniana.

Maria Grazia Chiuri, diretora artística das coleções femininas da casa de moda parisiense, enfatizou sobriedade e elegância na nova coleção.

Cores naturais, materiais foscos, bordados sofisticados e patchwork de renda dão um toque artesanal as peças.

A quintessência desta coleção é um vestido longo, que aparenta ser simples, mas tem um plissado que levou dois meses para ser feito. “Quanto mais trabalho, mais invisível”, aponta Chiuri.

O espírito que guiou esta coleção “é complexo: a covid ainda não terminou e há uma guerra na Europa. Sou sensível a tudo que nos acontece”, explica a criadora italiana à AFP. “É muito importante permanecer positivos”, acrescenta.

Chiuri convidou a artista ucraniana Olesia Trofymenko, de 39 anos, para idealizar e criar o set do desfile, celebrado no museu Rodin de Paris.

A primeira vez que viu suas obras foi em Roma, a capital italiana, após o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

“Suas imagens me chamaram atenção, que mostram um desejo de renascer apesar da guerra”, disse.

A diretora artística queria algo “com vida”, recordou Trofymenko à AFP antes do desfile, no qual as modelos andaram em frente a gigantescos painéis coloridos bordados, realizados a partir de uma foto do pátio de sua casa de campo onde se refugiou durante a guerra.

“Minha primeira reação foi ‘sabem o que está acontecendo?’, mas no final não há problema em mostrar a beleza da cultura ucraniana diante das imagens dos horrores da guerra”, disse.