Disputa em 2022 será ideológica, diz especialistaPublicado às 06h13 deste domingo(23)

Da Agência Boom Press

Em entrevista à Rádio CBN de Fortaleza, Janiel Kempers, publicitário e especialista em marketing político comenta sobre a atual situação da política nacional.

Nos últimos anos as discussões políticas tem mudado bastante, de ideias e projetos para ideologias políticas, mas especificamente uma polarização entre esquerda e direita. Em casa, no trabalho, nos bares, o futebol foi perdendo espaço para essa discussão.

“Hoje no Brasil, o fator principal na hora da decisão do voto não é mais quem fez ou vai fazer mais, porém, o tipo de opinião que aquele candidato apresenta sobre temas específicos, ambos ligados a pensamentos ideológicos”, afirma Janiel Kempers, especialista em marketing político.

Esses posicionamentos ideológicos, tem feito com que as fake news venham aumentando ao longo dos anos e segundo Janiel, serão um problema ainda maior em 2022. “A partir do momento que eu assumo uma posição definida dentro dessa discussão de esquerda e direita, o meu objetivo é defender o meu partido ideológico de qualquer forma, mesmo que aquela narrativa seja conveniente apenas para o meu lado. Isso vai gerar um transtorno maior que em 2018”, ressalta.

O especialista entende ainda que toda essa discussão, pode gerar danos irreversíveis para nossa democracia. “Para nossa democracia é uma perda que não tem volta, nós estamos perdendo completamente a capacidade de discutir aquilo que realmente importa. Vivemos em um país onde os candidatos valem mais pela simbologia do propriamente pelo que podem fazer pelo país”, completa Janiel Kempers.

O efeito dessa polarização entre esquerda e direita, tem um resultado ainda mais devastador: a forma como o povo brasileiro lida com a política. “Não se trata de política, e sim sobre ‘qual time está ganhando’ como se estivéssemos em um jogo de futebol”, finaliza.

Neste aspecto é quando a polarização atinge seu auge. Torna-se incapaz de ambas ideologias, criarem argumentos convincentes e conciliarem assuntos que na verdade são interesses de todos.