
O dólar é negociado em queda firme e a Bolsa opera em alta, acima dos 1119 mil pontos após a Câmara aprovar em dois turnos o texto-base da reforma tributária.
O que aconteceu?
Perto das 12h, a moeda americana caía 1,29%, cotada a R$ 4,867. Na véspera, fechou a R$ 4,93.
O Ibovespa subia 1,38%, a 119.043 pontos. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em queda de 1,78% na quinta-feira, aos 117.425,70 pontos.
A aprovação da reforma tributária na Câmara é um primeiro passo histórico após décadas de discussão do tema no Congresso. “As mudanças propostas têm o potencial de simplificar o sistema tributário, reduzir sua cumulatividade e mitigar a guerra fiscal no âmbito subnacional”, afirmou a equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco chefiado por Fernando Honorato Barbosa, em nota. Já o JP Morgan chamou o avanço da reforma de “importante passo que pode levar a melhorias notáveis “do ponto de vista econômico”.
No exterior, a economia norte-americana abriu 209.000 vagas de emprego no mês passado, menor que o esperado. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 225 mil empregos. A taxa de desemprego caiu para 3,6%, de 3,7% em maio. De acordo com o estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves, o resultado pode ser visto como positivo, pois requer menos doses de juros olhando à frente. “No entanto, os salários seguem pressionados, o que é um risco para o controle da inflação.”
Texto-base da reforma tributária foi aprovado com folga Em uma sessão que entrou na madrugada, a PEC da reforma tributária foi aprovada em segundo por 375 votos a 113 —eram necessários 308 votos. No primeiro turno, foram 382 votos a favor e 118 contra. Veja o que muda no seu bolso.
- Principais pontos da reforma Tributos serão extintos. Cinco impostos serão eliminados: IPI (federal), PIS (federal), Cofins (federal), ICMS (estadual) e ISS (municipal).
- Serão criados dois IVAs (Imposto sobre Valor Agregado): o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS dos Estados e o ISS dos municípios; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que vai unificar os tributos federais: PIS, Cofins e IPI, com base ampla e não cumulatividade plena na cadeia de produção — ou seja, sem tributação em cascata.
- Local de cobrança muda. O imposto será cobrado no destino (local do consumo do bem ou serviço), e não na origem, como é hoje. Haverá desoneração de exportações e investimentos.
- Haverá um Imposto Seletivo. Incidirá sobre a produção, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarro e bebidas alcoólicas. Será usado para manter a Zona Franca de Manaus.
- Previsão de três alíquotas. Haverá a alíquota única, como regra geral, uma alíquota reduzida em 60% (ou seja, o valor recolhido será 40% da alíquota padrão) e uma alíquota zero para itens como medicamentos, Prouni e produtor rural pessoa física. Além disso, o imposto será cobrado no destino (local do consumo do bem ou serviço), e não na origem, como é hoje.