Apesar do forte caráter religioso, o tom político também se fez presente no ato de encerramento da 222ª Festa de Nossa Senhora da Penha, na Praça Sérgio Magalhães, no final da tarde desse sábado (8). Ao término da procissão, o bispo da diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Egídio Bisol, citou a importância de se cultivar a religiosidade, mas que os fiéis não esperem da padroeira de Serra Talhada resolução de problemas eminentemente humanos. Principalmente, quando dependem da ação de políticos.

O bispo justificou o aviso citando a morosidade de obras sociais de combate à seca na região. “Ela (a santa) nos ajuda a fortalecer a nossa caminhada aqui na terra. Estamos vivendo, atualmente, os efeitos de uma grande estiagem. Ela (a padroeira) vai colocar água na boca de vocês? Vai fazer com que a Adutora do Pajeú seja concluída em tempo hábil para matar a sede da população? Ela não iria resolver isso, porque isso depende de outras pessoas”, criticou Dom Egídio, concluindo: “A apesar disso, todos nós, neste momento, procuramos sair daqui com os nossos corações mais leves”.

FIQUE POR DENTRO

Numa audiência pública realizada em junho deste ano, na Câmara de Vereadores de Serra Talhada, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, garantiu que os trabalhos da Adutora do Pajeú chegarão até outubro na Capital do Xaxado. A obra deve abastecer com água do rio São Francisco várias cidades da região (Leia matéria aqui)

O que pouca gente sabe é que a adutora do Pajeú vem se arrastando desde 1999, ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em setembro de 1999, por exemplo, o governo anunciava a liberação de R$ 10 milhões para o ínicio da obra, que fazia parte do Plano Plurianual de Ações (PAA) (leia matéria aqui).