Do Folhape
Uma empregada doméstica colocou no lixo, sem querer, uma sacola com R$ 10 mil da patroa, no Recife. O dinheiro acabou sendo levado pelo caminhão da coleta e uma verdadeira operação com direito a rastreamento por GPS foi montada para recuperar o montante. Os coletores de lixo reviraram cerca de três toneladas de lixo durante três horas até encontrarem as cédulas.
Tudo começou quando a patroa deixou o dinheiro dentro de uma sacola em cima de um móvel. A empregada, que não sabia o que havia no pacote e pensava que era lixo, recolheu e colocou na calçada junto com o restante dos resíduos da casa.
“Quando a senhora sentiu falta do dinheiro, ligou para a Emlurb e falou com a secretária do diretor. Eu estava passando na hora e disse: ‘vamos ajudar’. Fomos à sala de controle operacional para localizar o carro”, explicou o gerente-geral de Fiscalização e Limpeza da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), Avelino Pontes.
Todos os caminhões que fazem a coleta de lixo no Recife são equipados com GPS, que realizam o rastreamento em tempo real. Com o auxílio dessa tecnologia, foi possível localizar o caminhão que havia passado na rua. O motorista então recolheu o veículo para a Diretoria de Limpeza Urbana, na avenida Recife.
No pátio da diretoria, o caminhão foi descarregado e teve início a busca pelo pacote dos R$ 10 mil. “O caminhão já estava pela metade. Depois do lixo dessa residência, fez mais 15 ruas e tinha uma média de três toneladas. Descarregamos e os garis começaram a busca, foram quase três horas. Na primeira leva, catamos todo o lixo e não achamos”, acrescentou Avelino.
Apesar de ser um valor alto, o dinheiro estava agrupado em notas de R$ 100. Ou seja, não era um pacote muito grande e pesado. Foi então que a estratégia de busca no meio do lixo mudou.
“Para achar esse pacotinho vamos ter que abrir saco por saco. Foi quando começamos com a segunda busca. O esforço dos meninos foi enorme, ficaram o tempo todo abaixados, foi um trabalho muito bonito. Na segunda busca, acharam. Já foi no finalzinho, estavam perdendo a esperança”, completou Avelino.
Coletor há cinco anos, Lucas Gomes da Silva, de 26, conta que foi a busca pelo dinheiro. Ele diz que, nesse tempo de trabalho, nunca houve nada parecido.
“O dinheiro estava enrolado num saco plástico preto. Pegamos sem saber, colocamos para dentro do carro e continuamos a coleta”, contou.
No meio das buscas, Lucas diz que chegou a perder a esperança em achar as cédulas, mas seguiram em frente. “Quando a gente estava perdendo a esperança, um amigo meu estava ciscando com um garfo e então a gente achou. Agradeceram a gente”, completou.
“Foi uma sensação de alívio”, contou a dona do dinheiro sobre o fim das buscas. “Agradeceram e ficaram muito felizes de termos achado, ainda mais nessa situação de crise que estamos vivendo. A senhora relatou que o dinheiro era para pagar alguém por algum serviço prestado”, finalizou Avelino Pontes.