Publicado às 14h52 desta terça-feira (4)
Como um bom sertanejo que não costuma mandar recados, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), reagiu com firmeza à decisão do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, que abriu processo disciplinar contra ele, por ter aderido ao palanque do petebista Armando Monteiro, candidato ao governo de Pernambuco.
Falando a rádio Cultura FM, nesta terça-feira (4), o prefeito se comparou a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu processo de impeachment da Câmara Federal.
“Vão me impeachmar do partido, mas eu estou absolutamente tranquilo. Se esse é o desejo do cartório, de uma cúpula. Eu represento um povo, eu represento um mandato, eu represento uma construção histórica do partido em Serra Talhada. Se acham que eu estou errado por ter coragem de tomar uma posição firme de ser contra aqueles que foram os nossos algozes, paciência. Agora, eu não recuo um milímetro. Quem promoveu essa caça às bruxas esperem de mim uma reação dura, porque eu vou emparedar esses também e mostrar a Pernambuco esse comportamento antidemocrático desse camarada, de alguns que fazem o Partido dos Trabalhadores. Agora, com relação ao impeachment, estão querendo fazer comigo o que fizeram com Dilma”, desabafou o petista.
HUMBERTO COSTA
Ainda durante a entrevista, Luciano Duque explicou porque decidiu votar e apoiar a candidatura do senador Humberto Costa, do PT, que hoje está na chapa do governador socialista Paulo Câmara. Entretanto, o prefeito não evitou críticas a Costa.
“O Partido dos Trabalhadores lançou um candidato a senador, que foi Humberto Costa, então eu vou votar no candidato do partido. Estou votando pelo partido, essa é a minha decisão. Porque eu vi, na campanha de Humberto Costa a prefeito do Recife, um Oscar Barreto e seu irmão, a trabalhar contra Humberto. E Humberto hoje come do mesmo prato deles. Foram os algozes de Humberto Costa, e muito outros. Seu João da Costa (ex-Prefeito do Recife) estava lá ajudando Geraldo Julio e Humberto sofreu uma derrota fragorosa, foi o terceiro colocado na eleição”, declarou Duque, arrematando:
“Com apoio de Lula, com apoio de toda a cúpula partidária e Humberto esqueceu tudo isso, mas eu não esqueci. Prefiro manter minha coerência e eu não sou traidor não, eu sou homem de palavra, coerente. E como dizem aí que eu traí Carlos Evandro, eu não traí Carlos Evandro, ele foi quem saiu do grupo. Saiu sozinho com as pernas dele, porque todos que estavam com ele na época continuaram governando conosco”.
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