Olá faroleiros e faroleiras, saúde e paz. Arrisquei teclar algumas linhas às vésperas de acendermos a fogueira de São João, o santo mais celebrado do Nordeste. Tenho boas lembranças dos meus festejos quando criança e considero inesquecível pelo menos dois momentos. Um deles foi quando comemoramos o São João nas proximidades do distrito de Água Branca, ainda quando o meu saudoso avô Augusto Duarte era vivo.

Um outro festejo junino que me lembro aconteceu na fazenda Queimadas, zona rural de Carnaubeira da Penha, na casa da minha avó Anita, berço do meu pai, Custódio Sá.

Éramos meninos ‘buchudos’ e, lembro, muito felizes. Fogueira acesa, bombas de traques,’ peitos de véia’, chumbinho e tudo que tinha direito existia no meu São João. Mas o importante era ter a família reunida no terreiro celebrando o prazer de estar e viver juntos. Após as traquinagens de criança, deitávamos em redes e a minha avó debulhava histórias muito além das mil e uma noites. Éramos nós. Tudo mais podia ser apagado.

Hoje, me deparo com uma mega estrutura de palco, som e luz, onde o festejo passou a ter toda uma produção tecnológica e mercadológica com o chamado “forró de plástico”. Antes dele, surgiram as quadrilhas juninas. Mas foi a quadrilha da concorrência fraudulenta, dos 10% por fora, do meio a meio, do “pacote fechado” que acabou tomando conta das autênticas  redes do anarriê e alavantu no Brasil.

Essa visão não significa que me transformei num saudosista. O problema é que, nesta visão, transformaram os festejos juninos em eventos de massa falida em busca, somente, de votos. Enquanto os  “Brunos e marroneis” estiverem brilhando como principal estrelas destes palcos, vou a cada ano me diluindo em saudades, esperando tão somente que as  famílias voltem a contar estórias de trancoso ou ousem contar uma história diferente. Bom apetite e um bom São João e São Pedro.